“Fazei tudo sem murmurações, nem contendas” (Fp. 2.14).
Os mandamentos bíblicos aos
crentes para não reclamar (cf. Tiago 5.9, 1Pe 4.9) são evidências de que a
igreja não está imune à murmuração, e ao descontentamento. A igreja tem hoje uma grande
quantidade de descontentes e queixosos. As pessoas muitas vezes deixam uma
igreja porque seus filhos não gostam, ou porque estão insatisfeitos com algum
aspecto negativo da liderança, organização política, ou Igrejas que
supervalorizam a condição financeira de alguns de seus membros. Igrejas
dedicadas ao entretenimento e a atender às necessidades sentimentais também
criam expectativas para a satisfação superficial e não espiritual.
Adão foi o primeiro insatisfeito e reclamante. Imediatamente depois
de desobedecer a Deus, ele culpou Eva por seu pecado, queixando-se ao Senhor
que "A mulher que me deste por
esposa, ela me deu da árvore, e eu comi" (Gn 3.12). Mais tarde, Caim, queixou-se amargamente para Deus
dizendo que seu castigo, por ter assassinado seu irmão Abel, era muito grave
(4.13-14). Moisés reclamou ao Senhor
por Ele não libertar Israel do Faraó com maior rapidez (Ex. 5.22-23). Depois de
passar apenas três dias no deserto, o Povo
de Israel murmurou, porque a água em Mara não estava apta para beber (Ex.
15.24). Pouco depois, no entanto, as pessoas estavam reclamando novamente,
desta vez sobre uma suposta falta de alimentos (Ex. 16.2-8). Depois de voltarem
de espiar a terra de Canaã, com exceção de Josué e Calebe, todo o povo, reclamou:
“Todos os filhos de Israel murmuraram contra Moisés e contra Arão; e toda a
congregação lhes disse: Tomara tivéssemos morrido na terra do Egito ou mesmo
neste deserto!” (Nm. 14.2). Referindo-se
a esses mesmos tempos, Paulo advertiu
aos coríntios: "Não ponhamos o Senhor à prova, como alguns deles já
fizeram e pereceram pelas mordeduras das serpentes. Nem murmureis, como alguns
deles murmuraram e foram destruídos pelo exterminador."(1 Co. 10.9-10). Judas advertiu quanto aos apóstatas
"Os tais são murmuradores, são descontentes, andando segundo as suas
paixões. A sua boca vive propalando grandes arrogâncias; são aduladores dos
outros, por motivos interesseiros" (Judas 16).
Descontentamento e reclamação
são atitudes que podem tornar-se tão habitual que quase não são notados. Mas
esses pecados gêmeos demonstram uma falta de confiança na vontade providencial
de Deus, em sua soberania, em sua graça sem limites, e em sua infinita
sabedoria e amor. Paulo explicou aos Coríntios, que os numerosos relatos no
Antigo Testamento da maneira de Deus lidar com as graves queixas e murmurações
de Israel no deserto foram dados "como um exemplo, e foram escritas para nossa instrução" (1Co. 10.11).
Jeremias perguntou: "De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se
cada um dos seus pecados." (Lm. 3.39). Se tudo isso é verdade para todos,
quanto mais se aplicam aos crentes, cujos pecados foram perdoados graciosamente
pelo Senhor? Para lidar com os murmuradores, queixosos, descontentes, e reclamantes
na congregação de Filipos e para além dela, Paulo ordenou categoricamente: parem de
reclamar!
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