sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

SIMULACRO: CASA NA ROCHA OU NA AREIA?


Simulacro - o dicionário dá várias definições: fingimento, disfarce, simulação, representação ou manutenção de aparências. Simulacro é ludibriar, trapacear, é viver de aparências ou enganar os outros ou a si mesmo.
O texto lido de Mateus 7:24-27 nos fala da história do homem que construiu a sua casa sobre a rocha e do homem que construiu a sua casa sobre a areia. “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína”.
Quando a atenção de Cristo se volta para o homem que edificou a sua casa sobre a areia, Jesus pretende demonstrar que o ser humano é perito na arte de enganar o próximo ou a si mesmo. É mestre, na capacidade de criar utopias sonhos ilusórios, fantasiosos. SIMULACRO é exatamente isso crer e viver em função de algo sem fundamento, DESCABIDO ou mentiroso.
Vejamos então as 03 lições que história do homem que edificou a sua casa sobre a areia nos ensina. Observe em primeiro lugar que:
1)      O texto não diz que ele não sabia construir, nem mesmo que a casa ficou mal construída, apenas que ela foi construída sobre a areia; o local errado.
Por que muita gente insiste em construir sobre a areia? Há um hino infantil que diz: “Não, não construa sua casa na areia. Não, não construa na beira do mar. Mesmo que pareça chique é impossível que ela fique a tempestade a vai derrubar”.
Não existe maior ilusão do que ignorar a fundação, o alicerce de uma casa. Quantas são as pessoas que hoje em dia edificam suas belas casas sobre fundamento errado.
Ø  O Fundamento da RELIGIOSIDADE. Meu filho você precisa ter uma religião!
Ø  O Fundamento do ativismo
Ø  O Fundamento das boas obras
Ø  O fundamento dos Mediadores;
Paulo nos diz em 1ª Coríntios 3:10-11: segundo a graça que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor e outro edifica sobre. Porque ninguém pode por outro fundamento além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. Qualquer outro fundamento é embuste, é mentira, é simulacro, é fantasia, é areia e o edifício espiritual vai ruir.
Vejamos, ainda, uma SEGUNDA lição que a história do homem que edificou sua casa na areia tem para nos ensinar. Observe, em segundo lugar que

           2)      O homem da parábola se iludiu com a fantasia de nunca enfrentaria uma tempestade ou que o rios jamais transbordariam ao ponto de atingir sua residência.
SIMULACRO: Acreditava em algo ilógico, sem fundamento: nunca haveria problemas climáticos.... O ser humano gosta de acreditar é inatingível, e isso o torna extremamente vulnerável, despreparado para a dura realidade da vida
Todos nós acompanhamos há 2 anos a tragédia que se abateu sobre a região serrana do Rio de Janeiro. Todos nós acompanhamos há 2 anos a tragédia que se abateu sobre a cidade de Alfredo Chaves (ES) há menos de 2 meses. Vai chegar uma hora em que a tempestade vai se abater sobre a sua vida; você não está imune ao "transbordamento" dos rios. E nessa hora, a única coisa que vai fazer diferença é se você está firmado na rocha ou na areia. Não acredite na mentira que você não enfrentará os problemas.
Conheço muita gente que não se preocupa com uma série de coisas.
Ø  Não se preocupam com a morte. Quando eu morrer Deus resolve...
Ø  Não se preocupam com a forma que estão levando a avida. Deixa a vida me levar, vida leva eu...
Ø  Não se preocupam com os investimentos que estão fazendo nessa vida. Não ajuntei para vós outros tesouros sobre a terra onde traça e ferrugem corroem e onde ladrões escavam e roubam...
Vejamos, ainda, uma TERCEIRA lição que a história do homem que edificou sua casa na areia tem para nos ensinar. Observe, em TERCEIRO lugar que

3)      O homem que construiu a casa sobre a areia se iludiu deixando de considerar o sofrimento que sua ilusão poderia causar a ele a todos os seus.
O texto bíblico nos diz que os rios transbordaram e casa desabou sendo grande a sua ruína. Causou um estrago enorme. Causou tristeza, dor comoção, angústias, e lágrimas.
A auto ilusão é perigosa é potencialmente destrutiva e quem conhece o certo e faz de conta que o cumpre (SIMULACRO), mas não cumpre  caminha em passos largos em direção à ruína.
Tiago nos diz em sua carta Tiago escreve: Tornai-vos praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmo (Tg 1:22). Outras versões dizem: Portanto não se enganem (BV) enganando-se a vós mesmos (NVI).
Ø  Se não escovamos os dentes, eles vão apodrecer; o entanto, muitos se iludem todas as noites deixando para a manhã seguinte...
Ø  O diabético que ignorar a necessidade de equilibrar boa alimentação, exercícios físicos e medicação controlada, terá sérios problemas como a falência dos rins num futuro breve. Não adiante enganar-se tem que enfrentar a realidade!
Ø  Se os alunos fazem de conta que estudam e os professores fazem de contam que ensino teremos sérios problemas com um multidão chamada “analfabetos funcionais” que irão se decepcionar quando enfrentarem a dura realidade chamada mercado de trabalho
Ø  E a palavra de Deis nos diz em Mateus 7:21-23: “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniqüidade.”
Ø  Frequentar a igreja, ter uma religião, ler e estudar a bíblia necessariamente não nos dizem que possuímos um relacionamento com Deus. Este povo me honra com os lábios mas o seu coração está distante de mim.
Ø  Quando a coisa ficar séria, difícil, não adiantará mais fingir, tentar criar um simulacro; a máscara vai cair; pode-se enganar ou outro, a nós mesmos, mas, nunca a Deus! Não adianta criar bloqueio mental, criar disfarce, nada disso irá impedir “a casa de cair”. Sofremos quando a casa cai e Deus não pode ser “responsabilizado” pelas nossas perdas.

CONCLUSÃO
Quero encerrar dizendo que Jesus contou a história do homem que edificou a casa sobre a areia para mostrar que o ser humano é mestre em viver uma vida de SIMULACRO, na arte do fingimento, da simulação, de ilusão e de fantasia. 1) esse homem mesmo sabendo que o lugar certo de se construir é na rocha, edificou no lugar errado, na areia; 2) Acreditou que nunca seria atingido, mas, a tempestade veio, e o rio transbordou; 3) Ele se iludiu deixando de considerar as consequências do seus atos. A casa caiu e trouxe grande tristeza e prejuízo a ele a e a sua família.
Por que nesses dias que antecedem o natal Deus os deu essa mensagem? Acredito, eu, que o Espírito Santo quer nos ajudar a nos livrarmos do engano do simulacro. Ignorar a verdade não vai muda-la, mas se humildemente reconhecermos nossas erros e fraquezas a libertação já estará acontecendo. E a prova de que Deus te dá uma oportunidade é o fato dele ter enviado seu filho ao mundo. Natal é isso; é Deus vindo até nós na pessoa de nosso Senhor Jesus Cristo
Ninguém pode representar para sempre. É hora de tirar a máscara antes que seja tarde (Sua religiosidade, boas obras, seus esforços não te conduzem a salvação)

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

JEREMIAS O PROFETA (PARTE 2)


1-  Estamos estudando o livro do profeta Jeremias. Já vimos a primeira lição (procure neste blog); daremos sequência a partir de agora com as demais 03 lições principais deste livro tão importante.

   O QUE SUSTENTA O MINISTÉRIO DOS FILHOS DE DEUS É A CONVICÇÃO DO CHAMADO E DO SUSTENTO DIVINO (JER. 1:4-10)
1.4   A mim me veio, pois, a palavra do SENHOR, dizendo: 1.5   Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações. 1.6   Então, lhe disse eu: ah! SENHOR Deus! Eis que não sei falar, porque não passo de uma criança. 1.7   Mas o SENHOR me disse: Não digas: Não passo de uma criança; porque a todos a quem eu te enviar irás; e tudo quanto eu te mandar falarás. 1.8   Não temas diante deles, porque eu sou contigo para te livrar, diz o SENHOR. 1.9   Depois, estendeu o SENHOR a mão, tocou-me na boca e o SENHOR me disse: Eis que ponho na tua boca as minhas palavras. 1.10   Olha que hoje te constituo sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares e derribares, para destruíres e arruinares e também para edificares e para plantares.
Conforme falei no início a terra natal de Jeremias era um vilarejo inexpressivo (uma “Venezuela (interior de Rio Novo o Sul)”, a 6 km ao nordeste de Jerusalém. Jeremias é mais um exemplo bíblico de que quando um Deus tem um chamado específico para alguém, no tempo de Deus, essa pessoa será encontrado esteja onde estiver.
Jeremias (ao contrário de Isaías, que era um profeta da capital, Jerusalém) não nasceu, não estudou e nem morava em Jerusalém, a capital do Reino, o centro nevrálgico de todas as decisões políticas e religiosas. Ele nasceu e vivia na pequena Anatote. Era, por assim dizer, um jovem do “interior”. Quem tem um chamado de Deus, não precisa procurar “aparecer”, usando meios condenáveis, como a “bajulação” e a hipocrisia. Deus vai ao encontro dele; ele será encontrado por Deus, mesmo que more em “Anatote,” Venezuela, “Cavalo Solto”, “Amarra Égua, “Capa Bode”. Deus vai te achar e te convocar, esteja onde estiver.
Não foi diferente com Jeremias. Agora, veja bem: O Senhor revelou para Jeremias que até as próprias pessoas de sua inexpressiva cidade Natal estavam tramando para matá-lo. Veja Jeremias 11:18-23: “O SENHOR mo fez saber, e eu o soube; então, me fizeste ver as suas maquinações. 11.19   Eu era como manso cordeiro, que é levado ao matadouro; porque eu não sabia que tramavam projetos contra mim, dizendo: Destruamos a árvore com seu fruto; a ele cortemo-lo da terra dos viventes, e não haja mais memória do seu nome. 11.20   Mas, ó SENHOR dos Exércitos, justo Juiz, que provas o mais íntimo do coração, veja eu a tua vingança sobre eles; pois a ti revelei a minha causa. 11.21   Portanto, assim diz o SENHOR acerca dos homens de Anatote que procuram a tua morte e dizem: Não profetizes em o nome do SENHOR, para que não morras às nossas mãos.”.
Tamanho o sofrimento de Jeremias que é tido por tipo de Cristo no Antigo Testamento:
Ø  Foi acusado de traição política, como Cristo também foi.
Ø  Foi julgado, perseguido e aprisionado pelas palavras que havia proferido, como Cristo também o foi (Jer. 11:18-23; 20:1-6; Mc. 14:53-65)
Ø  Além disso, tanto Jeremias como Cristo, predisseram a destruição do templo, e choraram por isto (Jr. 22:5-7; Mt. 23:37-39)
Ø  Adicione-se a tudo isto que tanto Jeremias como Cristo, cada um deles foi rejeitado pelo seu próprio povo (Jr. 20:1-3; 36:32; Jo. 1:1-11)
Agora, o que é que gera a disposição de confiar, de avançar, de não desistir, diante de tantas incompreensões? O que é que nos leva a não recuar, mesmo quando não somos aplaudidos, mesmo quando não “afagam nosso ego”: oh, que bênção você meu filho... O que é que não te permite desistir mesmo quando pessoas que você ama, pessoas que te conhecem de perto e que sabem que você é homem/mulher de Deus, que leva seu ministério a sério, e ainda assim “levantam o calcanhar” contra você... O que é que te sustenta nessa hora?
A Convicção de que foi Deus quem nos tirou de Anatote. A convicção que de somos chamados por Deus, de que temos uma vocação que não brotou de nós mesmos; que não saiu da nossa própria mente, de nossa própria criatividade!! Não é à toa que Jeremias quer dizer: Deus é quem ESTABELECE!!
Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci, e, antes que saísses da madre, te consagrei, e te constituí profeta às nações.”. (Jr 1:5)
O chamado de Jeremias baseou-se numa profunda iniciativa de Deus. ESSA INICIATIVA aconteceu antes mesmo de ser concebido. O texto enfatiza a ação soberana e exclusiva de Deus, por meio quatro verbos na primeira pessoa: “EU TE FORMEI”; “EU TE CONHECI”, “EU TE CONSAGREI”; “EU TE CONSTITUÍ”. Jeremias não tem “escolha”, ele está sendo convocado para uma missão, devendo submeter-se alegremente ao chamado eficaz de Deus.
Quando Deus revelou a Jeremias o chamado para ser profeta (1:5), Jeremias não queria aceitar: "ah! SENHOR Deus! Eis que não sei falar, porque não passo de uma criança." (1:6). O que é que Deus fez?
1)      Deus ordenou a Jeremias que simplesmente obedecesse e não racionalizasse: “(1.7):  Mas o SENHOR me disse: Não digas: Não passo de uma criança; porque a todos a quem eu te enviar irás; e tudo quanto eu te mandar falarás”.
2)      Deus comprometeu-se a estar com Jeremias: " (1.8): Não temas diante deles, porque eu sou contigo para te livrar, diz o SENHOR." (1:8).
3)      O Senhor também concedeu a Jeremias AUTORIDADE E OS RECURSOS NECESSÁRIOS dos quais ele precisaria para resistir aos ataques dos inimigos: “1.9   Depois, estendeu o SENHOR a mão, tocou-me na boca e o SENHOR me disse: Eis que ponho na tua boca as minhas palavras. 1.10   Olha que hoje te constituo sobre as nações e sobre os reinos, para arrancares e derribares, para destruíres e arruinares e também para edificares e para plantares”.  ISSO É AMPLIADO EM Jeremias 1.18-19: “Eis que hoje te ponho por cidade fortificada, por coluna de ferro e por muros de bronze, contra todo o país, contra os reis de Judá, contra os seus príncipes, contra os seus sacerdotes e contra o seu povo. 1.19   Pelejarão contra ti, mas não prevalecerão; porque eu sou contigo, diz o SENHOR, para te livrar. " (1:18-19). Deus já deixou Jeremias prevenido dos esforços dos oponentes, mas lhe deu plena certeza da presença dele para capacitá-lo a encarar todas as dificuldades.
O QUE SUSTENTA O MINISTÉRIO DOS FILHOS DE DEUS É A CONVICÇÃO DO SUSTENTO E DO CHAMADO DIVINO

2-      O QUE GERA ESPERANÇA PARA PREGARMOS O EVANGELHO É CERTEZA DA MUDANÇA OPERADA POR DEUS NO INTERIOR DO SER HUMANO (JER. 31:33,34)
Ainda veja alguns adjetivos que são dados ao povo pelo profeta, que geram um pessimismo a respeito da condição do mesmo: Jeremias 5.23: “Mas este povo é de coração rebelde e contumaz”..., Jeremias 8.7:Até a cegonha no céu conhece as suas estações; a rola, a andorinha e o grou observam o tempo da sua arribação; mas o meu povo não conhece o juízo do SENHOR”. Jeremias 13.23: “Pode, acaso, o etíope mudar a sua pele ou o leopardo, as suas manchas? Então, poderíeis fazer o bem, estando acostumados a fazer o mal”. Jeremias 17.1:   O pecado de Judá está escrito com um ponteiro de ferro e com diamante pontiagudo, gravado na tábua do seu coração e nas pontas dos seus altares
A despeito da dureza de coração deste povo, o capítulo 31 um lampejo surge na mente e no coração de Jeremias. Deus revela a ele que fará uma Nova Aliança, diferente daquela que Deus fez com Moisés no Sinai. Deus não escreverá a palavra em tábuas de pedra, mas, a introduzirá no coração. Jeremias entende que Deus pode transformar qualquer coração, por mais empedernido que o mesmo esteja.
Jeremias 31:33-34:   Porque esta é a aliança que firmarei com a casa de Israel, depois daqueles dias, diz o SENHOR: Na mente, lhes imprimirei as minhas leis, também no coração lhas inscreverei; eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.  Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao SENHOR, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o SENHOR. Pois perdoarei as suas iniqüidades e dos seus pecados jamais me lembrarei.
Veja ainda mais Jeremias 32.37-40: Eis que eu os congregarei de todas as terras, para onde os lancei na minha ira, no meu furor e na minha grande indignação; tornarei a trazê-los a este lugar e farei que nele habitem seguramente.  Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus.  Dar-lhes-ei um só coração e um só caminho, para que me temam todos os dias, para seu bem e bem de seus filhos.  Farei com eles aliança eterna, segundo a qual não deixarei de lhes fazer o bem; e porei o meu temor no seu coração, para que nunca se apartem de mim.
O Livro do profeta Jeremias nos ensina a pregar o evangelho hoje. Precisamos pregar a Palavra: Jeremias 23.29 nos diz: “Não é a minha palavra fogo, diz o SENHOR, e martelo que esmiúça a penha? Por mais difícil, por mais duro que seja o coração, a palavra pode quebrar a pedra e há disposição da parte de Deus em capacitar o povo a lhe obedecer.

3-      A NOSSA ÚNICA OBRIGAÇÃO É PERMANECERMOS NAS MÃOS DO NOSSO DEUS (JER. 18)
Deus sempre trabalhou com Jeremias de uma forma não muito convencional. Muita gente deveria achar aquele cara louco, doido varrido.
Além dos calorosos debates em praça pública, por meio de Gestos Simbólicos, Jeremias trazia, da parte de Deus, Palavras Proféticas. Exemplo: No capítulo 13 Deus manda que Jeremias esconda um cinto de linho do rio Eufrates. Depois de um tempo o manda desenterrar; o cinto estava podre. Vem a palavra profética: “Assim diz o Senhor: Assim como cinto fica apegado ao corpo, assim eu me apeguei a meu povo. Mas, assim também, como este cinto se apodreceu, assim também eu farei apodrecer a soberba de Judá e de Jerusalém!” (Jr. 13:9). No capítulo 19 ele comprou uma botija, e se aproximou com ela diante dos anciãos (Líderes) de Jerusalém, profetizou algumas palavras de imprecações, condenando o povo por sua idolatria, e quebrou a botija na frente dos anciãos. (Je 19:1-1). Aí veio a palavra profética. “Assim diz o Senhor: Do modo como se quebrou esta botija, sem a capacidade de se recuperar, eu quebrarei este povo e esta cidade!”. No capítulo 16 é ordenado a ele não se casar, nem ter filhos. Viveria uma vida solitária. Se as pessoas lhe perguntassem: Por que não as casou ainda? Aí viria a Palavra Profética. “Assim diz o Senhor: A “solteirisse” de Jeremias é para servir de aviso das “mortes das crianças( por enfermidades, espada e fome), que nascerem nos últimos dias de Jerusalém. Sendo solteiro, Jeremias não precisará entrar de luto por causa dos seus filhos!” (Je 16:1-4). No capítulo 43:8-10, ele levou e afixou vária pedras grandes no terraço da casa do Faraó, em Tafnes, no Egito, para profetizar que Nabucodonosor fixaria seu trono sobre aquele povo. No capítulo 27 Jeremias construiu 5 cangas de boi e mandou de presente para 05 reis de países vizinhos (Edom, Moabe, Amon, Tiro e Sidon). E mais, ele mesmo colocou uma canga de boi no pescoço e andou com elas pelas ruas da cidade. Palavra profética: “Deus vai colocar, por meio de Nabudonozor, uma canga sobre as suas costas. É inútil lutar contra Nabucodonozor!!
No capítulo 18 Deus o leva a casa do oleiro e lhe dá uma visão. Ali ele vê um vaso sendo trabalhado pelas mãos do oleiro; esse vaso se quebra, mas o oleiro não desiste do barro e torna fazer daquele barro outro vaso, conforme a sua vontade. Aí vem a ele a Palavra Profética em Jeremias 18.6Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? — diz o SENHOR; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.”.
O que essa visão nos ensina? 1) Que Deus é o oleiro. 2) Aquele vaso de barro que se estragou era o povo de Israel. 3) O ação daquele vaso se quebrar, era o fato de que aquele povo iria ser levado ao cativeiro da provação. 4) Mas que voltaria do cativeiro restaurado num novo vaso.!! Aleluia, é palavra de Esperança.
Uma coisa aquele povo não deveria esquecer: O oleiro tinha, a despeito de tudo, disposição de continuar a trabalhar com aquele barro, e fazer daquele vaso, vaso novo. Aleluia! Qual era a obrigação, e grande esperança, daquele povo, a despeito de toda pecaminosidade? Permanecer nas mãos do oleiro. Enquanto o vaso permanecer nas mãos do oleiro... há esperança... (REPETIR)
Qual é a grande obrigação da igreja em relação ao mundo? Colocá-lo como barros nas mãos do oleiro. Coloque seu filho rebelde, seu esposo beberrão, se vizinho feiticeiro, nas mãos do oleiro. Coloque aquele ou aquela, que todo mundo diz: “não tem jeito”. Nas mãos do oleiro, tem jeito, sim!!
Qual é a grande esperança da igreja em relação a ela mesma? Permanecer nas mãos do oleiro para que ele continue a trabalhar e nos fazer cada vez mais vasos melhores, vasos de honra, para sua glória. Enquanto o barro permanecer nas mãos do oleiro há esperança!!
Se você está na mão do oleiro, permaneça nele, não saia enquanto o seu vaso não for completamente moldado e passado pela fornalha, para que não venha se quebrar novamente.
Jeremias tinha que um de esperança para o povo de Israel: “o Senhor ainda queria transformar o povo em bênção”. A mensagem era clara “Enquanto vocês ainda estiverem se deixando moldar por mim, ainda há esperanças para vocês!”
Deus também não nos joga fora. Ele não nos descarta. Ele tem planos melhores para você. Ele não desistirá de você! Haverá esperança enquanto você estiver deixando Deus moldar você.

CONCLUSÃO
A narrativa a respeito de Jeremias apresenta o retrato de um grande homem de Deus. Contudo, não foi nenhum super-homem nem representou o ideal estóico de alguém que permitia que os embates da vida o fustigassem sem afetá-lo. Ao contrário, Jeremias foi uma pessoa real, de personalidade complexa, que não obstante, permaneceu fiel ao seu chamado e ao seu Senhor.
Jeremias foi um profeta admirável. Ele experimentou medo e desespero, alegria e louvor. Chamado de ‘profeta chorão’, sofreu com o pecado de Judá e com o juízo determinado por YAWEH. De fraco a forte, de inexperiente a intrépido pregador, que mudança radical!
Deus tem um chamado para cada um de nós, Ele espera que aceitemos sem temor nossa nomeação de porta-vozes d’Ele e anunciemos: “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23). O jovem profeta de ANATOTE, chamado para o ministério por meio de uma visão, ainda em sua mocidade – talvez aos 24 anos - sem experiência para falar aos homens de Deus, teve seus lábios ungidos para falar às gentes e aos reinos para arrancar e destruir, para arruinar e dissipar, e para edificar e plantar.
As hostilidades que começaram em ANATOTE, generalizaram-se por todo o reino - Estado e Nação (Cap. 18.18-23 ). Até mesmo seus amigos íntimos armavam ciladas, para que pudessem acusá-lo de traição. Não obstante, manteve-se fiel ao seu chamado e prosseguiu denunciando a corrupção generalizada e o descompromisso da classe sacerdotal para com YAWEH. Serve-nos de exemplo denodado, como o profeta, não podemos permanecer calados anti os desmandos da atualidade. Cada um de nós deve permanecer no seu chamado, na sua vocação. Politicamente, como vimos o profeta perdeu, mas espiritualmente obteve retumbante vitória. Não devemos temer os pseudo-profetas da atualidade, mas como Jeremias, coloquemos nossa confiança em Deus para ir adiante de nós, sosseguemos os nossos medos e usemos o poder de Deus para tornar nossas limitações em possibilidades ilimitadas. PENSE NISSO!

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

JEREMIAS (PARTE 1) - "A mosca que pousou na sopa - mas ela estava muito quente..."



Estamos tratando de num tema muito amplo: “Profetas de ontem para as necessidades de hoje”. A cada estudo estamos dando uma visão panorâmica de cada profeta que escreveu um livro da bíblia e extraindo a meu ver as lições principais de cada livro e, aplicando estas lições às nossas necessidades nos dias de hoje. Já vimos sobre Isaías; trataremos neste estudo sobre o profeta Jeremias (esta será a primeira parte, depois publicaremos o restante); ele foi levantado por Deus para ser “a mosca que pousou na sopa; no entanto, como veremos, a sopa também estava muito quente...” 

  A-   O LIVRO DO PROFETA JEREMIAS
Jeremias é o mais longo de todos os Livros Proféticos. Isaías possui mais capítulos (66), mas Jeremias possui mais palavras, na verdade, o livro de Jeremias é segundo maior livro da bíblia, perdendo apenas para o Livro dos Salmos; possui 52 capítulos, divididos em 1364 versículos.

B-    QUEM FOI O PROFETA JEREMIAS
Jeremias significa “Deus estabelece”. Nasceu em torno de 640 aC, EM ANATOTE, uma pequena aldeia  a 6 km a nordeste de Jerusalém, e desenvolveu seu ministério, em Jerusalém, até ser levado cativo com o povo para a Babilônia, vivendo até mais ou menos 580 aC. Era filho do sacerdote Hilquias, com isso, provavelmente também era sacerdote.
Jeremias é conhecido pelos estudiosos da bíblia como profeta chorão (9:1;13:17). Isso porque, segundo os estudiosos, “dentre todos os profetas é o que mais revela profundo envolvimento pessoal com sua mensagem”. Isso em grande parte por causa do seu duplo ministério. Ele era profeta e sacerdote. Como profeta Jeremias representava Deus diante dos homens, como sacerdote, representava os homens diante de Deus. Como SACERDOTE, Jeremias vive a agonia do povo diante de Deus. COMO PROFETA, sente também o sofrimento do Senhor com relação ao pecado que ele está testemunhando.  

C-    O CONTEXTO E A MENSAGEM JEREMIAS
Jeremias viveu aproximadamente 80 anos depois de Isaías. Veja a diferença entre Isaías e Jeremias. Isaías viu a ascensão do povo de Deus, e testemunhou o início do esfriamento deste mesmo povo e alertou-os sobre a possibilidade do juízo de Deus. Já, Jeremias, por viver 80 anos depois, viveu o tempo em que viu o povo caindo de vez na apostasia.
Por isso, com apenas 20 anos de idade, o ministério de Jeremias foi muito pesado. Já ouviram a música (Raul Seixas) “eu sou a mosca que pousou na sua sopa?”. Pois é; Jeremias era essa mosca. Deus o levantou para se oinsuportável, a mosca na sopa, a pedra no caminho”. Ele tinha que anunciar uma mensagem duríssima: o juízo de Deus, ante à severa oposição dos seus familiares, do povo, dos líderes políticos, dos reis, e sacerdotes.
A reação foi imediata! Ninguém foi a favor de Jeremias, durante décadas, ele era um profeta solitário; não tinha amigos; o próprio Deus o proibiu de se casar; e ninguém se converteu. Jeremias era a mosca que pousou na sopa, porém a sopa era muito quente. Os sermões de Jeremias se manifestavam em forma de discursos críticos acalorados feitos em plena praça pública e dirigidos à classe dominante - os sacerdotes, profetas, governantes e a todo povo. Tão quentes eram os sermões de Jeremias que ele foi acusado de ser traidor do povo. Ele foi preso, torturado, jogado numa cisterna com lama até p pescoço e passou muitos dias ali; rechaçado pelo por seu próprio povo.
A mensagem de Jeremias anunciava que Deus usaria Nabudodonozor, o rei da Babilônia, como vara sobre os ombros do povo de Deus. Jeremias dizia: “É inútil resistir, vocês devem se render diante de Nabudonozor, rei da Babilônia. Mesmo o arrependimento, nesse momento, é inútil, pois, o castigo estava decretado!! Isso irritava muita gente, e o povo ainda mais o odiava; ele era considerado como derrotista, antipatriota (26:8-15), inimigo do povo. Descoberta arqueológica: Fragmentos de Láquis. 21 Tabletes de argila descobertos em 1935 em que o povo de Láquis da Babilônia criticava o profeta Jeremias pelo seu derrotismo.

D-   DIVISÃO DO LIVRO DO PROFETA JEREMIAS
1-      O Chamado de Jeremias e a Desastrosa Condição Espiritual do Povo de Deus - Cap. 1-10
2-      O Calvário (Sofrimento, Perseguições, e Incompreensões) do Profeta Jeremias – Cap. 11-44
3-      O Julgamento de Deus para com as Nações - Cap. 46-52
PROFETAS DE ONTEM PARA AS NECESSIDADES DE HOJE:

E-     AS 04 PRINCIPAIS LIÇÕES DO LIVRO DO PROFETA JEREMIAS
Se dermos uma lida geral no livro veremos que pelos menos estas serias as principais lições para aplicarmos hoje em dia à nossa realidade:

1-      DEUS NÃO PROMETE VIDA FÁCIL ÀQUELES QUE, NESTE MUNDO, DESEJAM ANDAR SERIAMENTE COM ELE (12:6)
Porque até os teus irmãos e a casa de teu pai, eles próprios procedem perfidamente contigo; eles mesmos te perseguem com fortes gritos. Não te fies deles ainda que te digam coisas boas (12.6   ). "Todos me amaldiçoam" (15:10). "Jamais me sentei na companhia dos que se divertem, nunca festejei com eles. Sentei-me sozinho..." (15:17).
A pregação corajosa da palavra do Senhor por Jeremias irritou muita gente que não queria que seus pecados fossem expostos e condenados. A pregação da palavra de Deus raramente conduz à popularidade. O tom de autoridade é desgostoso para o homem rebelde. As pessoas que ficam ressentidas com a mensagem perturbadora geralmente recorrem a medidas desprezíveis para nos calar ou até para acabar com a nossa vida.
Acho interessante que, invés de simpatizar e confortar, o Senhor repreendeu Jeremias  e o desafiou. "Se você correu com homens e eles o cansaram, como poderá competir com cavalos? Se você tropeça em terreno seguro, o que fará nos matagais junto ao Jordão?" (12:5). Deus estava repreendendo Jeremias por ter ficado tão preocupado com “pouca provocação”. Se ele nem conseguisse caminhar um quilômetro, vamos dizer, como é que ele iria agüentar a maratona? Nós devemos ter cautela para não sentir muita pena de nós mesmos, porque é bem provável que a situação piore e aí faremos o quê? "Até mesmo os seus irmãos e a sua própria família traíram você e o perseguem aos gritos. Não confie neles, mesmo quando lhe dizem coisas boas" (12:6). Não eram apenas os compatriotas da cidade nativa que estavam tramando contra ele, eram os próprios familiares!
Jeremias chegou ao ponto de sentir-se muito solitário por causa da rejeição quase universal que passou. "Todos me amaldiçoam", Jeremias reclamou, e afirmou que não tinha feito nada para merecer tal horror (15:10-11). "Jamais me sentei na companhia dos que se divertem, nunca festejei com eles. Sentei-me sozinho, porque a tua mão estava sobre mim e me encheste de indignação" (15:17). Foi bem duro para Jeremias ser excluído de tudo por causa da tarefa severa que ele possuía de anunciar a palavra do castigo.
Ninguém queria estar com Jeremias. Você já passou por isso; já se sentiu assim? Rejeitado, excluído!! Como se tivesse uma doença contagiosa, como se fosse um tuberculoso, leproso, uma doença contagiosa, que afasta e exclui as pessoas... Nenhum outro profeta sofreu tanto quanto Jeremias. Jeremias sofreu muitas injustiças, insultos, açoites, prisões por pregar as verdades de Deus, mas não deixava de anunciar as coisas que Deus o falava. Muito me anima a disposição de Jeremias em passar por toda aflição por amor a Cristo.
Em Jeremias 37: 14-16, ele foi acusado de traição e preso, e torturado. “37.15   Os príncipes, irados contra Jeremias, açoitaram-no e o meteram no cárcere... 37.16   Tendo Jeremias entrado nas celas do calabouço, ali ficou muitos dias.”. Outra vez quando os príncipes ouviram o que Jeremias profetizava, se iraram e lançaram-no na cisterna; se não bastasse ser lançado num lugar fundo e escuro, ele ainda ficou atolado pela lama até o pescoço (38: 1 – 13).
Jeremias 38.2-6:Assim diz o SENHOR: O que ficar nesta cidade morrerá à espada, à fome e de peste; mas o que passar para os caldeus viverá; porque a vida lhe será como despojo, e viverá. Assim diz o SENHOR: Esta cidade infalivelmente será entregue nas mãos do exército do rei da Babilônia, e este a tomará. 38.4   Disseram os príncipes ao rei: Morra este homem, visto que ele, dizendo assim estas palavras, afrouxa as mãos dos homens de guerra que restam nesta cidade e as mãos de todo o povo; porque este homem não procura o bem-estar para o povo, e sim o mal. 38.5   Disse o rei Zedequias: Eis que ele está nas vossas mãos; pois o rei nada pode contra vós outros. 38.6   Tomaram, então, a Jeremias e o lançaram na cisterna de Malquias, filho do rei, que estava no átrio da guarda; desceram a Jeremias com cordas. Na cisterna não havia água, senão lama; e Jeremias se atolou na lama”.
Por meio do sofrimento de Jeremias nós aprendemos a lidar com a incompreensão, com as perseguições, com a falsidade, com a traição, muitas vezes até mesmo da parte daqueles que nos conhecem, que são íntimos a nós.
O serviço do Senhor é bastante duro; não é um papel indicado para qualquer pessoa. Será que nós também engolimos o mito de que a vida cristã deve ser livre de angústia? Temos que suportar sofrimentos. A bíblia diz: Neste mundo tereis aflições... o mundo vos odiará... Vos foi concedida a graça de padecer...
O cristianismo não é para pessoas moles. Somente pessoas com coragem e determinação resoluta terão a força necessária para prosseguir neste caminho. Cristo cria bons soldados mas não é mimando-os, mas deixando-os passar por grandes dificuldades. A preparação militar, ou até mesmo o treino esportivo, é duro. Nenhum general orienta suas tropas dando-lhes o máximo de conforto e descanso. Nenhum técnico fortalece seus atletas sem dor e suor. Do mesmo jeito podemos nos preparar para passar por momentos duros na vida cristã, porque o Senhor quer que fiquemos fortes e firmes.
Que aprendamos com Jeremias a suportar sofrimentos por amor a Cristo!

No próximo estudo postaremos as outras 03 lições do livro do profeta Jeremias

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

ISAÍAS (2) PROFETAS DE ONTEM PARA AS NECESSIDADES DE HOJE


Tendo passado pelo entendimento do que é um profeta, no sentido bíblico, bem como o entendimento de quem foi Isaías e as características do livro que leva seu nome, vamos agora, panoramicamente, a meu ver 03 que poderiam ser as principais lições do livro do profeta Isaías:

1-      DEUS CONHECE O PECADO (CALAMIDADE DO HOMEM) e por isso Julga as nações
Em Isaías 49:7, Deus é chamado de o “Santo de Israel”. Ele não só demonstra a ênfase de Isaías à santidade do Senhor, mas também reflete a preocupação do livro com a gravidade das ofensas de Israel contra Deus.
Isaías é um livro que desvenda as plenas dimensões do juízo e da salvação divina. Deus é o Santo de Israel que deveria castigar seu povo rebelde. Vimos na semana passada que Israel é chamado de (1:1-7): Filhos Rebeldes (comparados aos animais mais obtusos: boi e ao jumento), Corpo Infecto e purulento, Cidade devastada, prostituta (1:21). Mas outros adjetivos são dados: Israel é nação cega e surda (6.9,10; 42.7), vinha que será pisoteada (5.1-7), povo destituído de retidão (5.7; 10.1-2). O juízo terrível que será desencadeado contra Israel e todas as nações que desafiam a Deus, é chamado “dia do Senhor”.
Essas verdades são enfatizadas do Capítulo 1 ao 37 do Livro de Isaías: Deus conhece o pecado (a calamidade, a miséria de seu povo) e julgará todas as nações. Por isso vemos aqui, um Deus soberano sobre as nações julgando-a por seus pecados.
O profeta no início do livro sai do julgamento local e parte para o julgamento regional, proclamando uma série de oráculos contra as nações em redor (13-23). As onze nações são Babilônia, Assíria, Filistia, Moabe, Damasco (Síria), Etiópia, Egito, Babilônia (novamente), Edom, Arábia, Jerusalém (Judá) e Tiro. Os capítulos 28-33 pronunciam seis "ais" sobre Israel e Judá por causa dos pecados específicos. A condenação profética falada por Isaías termina com um quadro geral de devastação internacional que precederá a benção universal (34-35).
Isaías é o profeta de Deus, é o representante de da corte celestial junto à corte terrena. A mensagem se destina a Judá, Israel e às nações pagãs vizinhas. Todos são convocados a abandonarem a vida de pecado e ao mesmo tempo escapar do julgamento e da punição futura como castigos divinos. Os capítulos 1-37 contém vários oráculos ou mensagens constituídas de acusações, condenações, julgamentos, e ainda algumas passagens apocalípticas, tudo escrito claro, reto e sem receio algum. O profeta foi cauteloso em mostrar que o juízo de Deus revela não sua arbitrariedade, mas sua justiça. Justiça essa devido a idolatria e a imoralidade; o povo de Deus havia se tornado como as demais nações em seu orgulho, sarcasmo e egoísmo. Eles haviam perdido a perspectiva de justiça, de amor e de paz, características do Reino de Deus e tentaram estabelecer seu próprio reino. Vamos à segunda lição

2-      DEUS REGATA O MUNDO POR MEIO DO SEU SERVO (O Messias é Esperança das Nações - Cap. 40-55) LER ISAÍAS 42:6
Isaías compreende que o mesmo Deus que julga as nações por causa dos seus pecados, também é um Deus de misericórdia, graça e compaixão (Isaías 5:25; 11:16; 14:1-2, 32:2, 40:3, 41:14-16). Ele então vai trazer tanto a restauração e perdão quanto a cura e salvação (43:2, 43:16-19, 52:10-12). ISSO VIRÁ POR MEIO DO MESSIAS SOFREDOR
Isaías é chamado de Profeta do Evangelho. Isso porque mais do que qualquer outro livro no Antigo Testamento, Isaías concentra-se na salvação que virá através do Messias. O Messias um dia governará com justiça e retidão (Isaías 9:7; 32:1). O reino do Messias trará paz e segurança a Israel (Isaías 11:6-9). Através do Messias, Israel será uma luz para todas as nações (Isaías 42:6; 55:4-5). E o Reino do Messias sobre a terra (Isaías capítulo 65-66) é o objetivo para o qual aponta o Livro de Isaías. A justiça de Deus mais do que expressão de punição sobre os desobedientes será revelada ao mundo, num futuro próximo,  de forma plena, no Reinado do Messias sobre os seus servos. Por isso o Messias é também visto como luz ao mundo e o mundo aqueles que habitam nas regiões distantes e nas regiões de escuridão e da sombra da morte aguardam a sua luz e a sua revelação. Ele é a esperança das nações.
É por isso que num um aparente paradoxo, o Livro de Isaías também apresenta o Messias como aquele que vai sofrer. Isso é revelado dos Capítulos 40 até o 55 do profeta Isaías. Os capítulos 42,49, 50 3 53 são chamados Cânticos do Servo. O mais amado pelos cristãos é capítulo 53, pois, descreve vividamente o Messias sofrendo pelo pecado. É através de Suas feridas que a cura é alcançada. É através de Seu sofrimento que as nossas iniquidades são removidas. É quando a ferida se abre nele, que fecha em nós. Esta aparente contradição é resolvida na Pessoa de Jesus Cristo. Em Sua primeira vinda, Jesus foi o servo sofredor de Isaías capítulo 53.
750 anos de Cristo Isaías anteviu Deus, Sua completa soberania, orquestrando todos os detalhes da crucificação para cumprir todas as profecias destes capítulos, assim como todas as outras profecias messiânicas do Antigo Testamento. As imagens do capítulo 53 são tristes e proféticas;  um retrato completo do Evangelho. Jesus foi desprezado e rejeitado (v. 3, Lucas 13:34, João 1:10-11), ferido por Deus (v.4, Mateus 27:46) e perfurado pelas nossas transgressões (v. 5, João 19: 34, 1 Pedro 2:24). E, por Seu sofrimento, pagou o castigo que nós merecíamos e se tornou por nós o sacrifício supremo e perfeito (v. 5; Hebreus 10:10). Embora Ele não tivesse pecado nenhum, Deus colocou sobre Ele os nossos pecados para que assim pudéssemos nos tornar a justiça de Deus nEle (2 Coríntios 5:21). Terceira lição:

3-      Deus Prepara Um Lugar de Delícias Para Aqueles que Ouvem as Suas Palavras (PROMESSAS DO FUTURO – Capítulos 60-66)
Isaías 40.1,2: “Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus.40.2   Falai ao coração de Jerusalém, bradai-lhe que já é findo o tempo da sua milícia, que a sua iniqüidade está perdoada e que já recebeu em dobro das mãos do SENHOR por todos os seus pecados.
Isaías 49.15,16: Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti. 49.16   Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente perante mim.
Isaías 65.17,18: Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas.  Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria e para o seu povo, regozijo.
Isaías 65: 25: “O lobo e o cordeiro pastarão juntos, e o leão comerá palha como o boi; pó será a comida da serpente. Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte...”

Mesmo um leitor menos criterioso percebe grande mudança no estilo literário de Isaías a partir do capítulo 40. O estilo se torna mais poético. Os oráculos de acusação e juízo, que compunham a maior parte dos primeiros 39 capítulos se tornam bem mais raros. E o foco que até então era o presente passa mais, agora, para o futuro.
Isso fez com que alguns estudiosos liberais insistissem na existência de dois autores diferentes para o livro, de Isaías. Um que condena; outro que separados por até 150 anos.
Mas por que isso?  Por que a situação histórica parece ter mudou dramaticamente. Isaías profetizou para o povo se arrepender e mudar de vida. Isso não aconteceu. Nabucodonozor entrou em Jerusalém, pois fogo na cidade e levou o povo para o Cativeiro na Babilônia (e ali eles iriam passar 70 anos ).
A partir de Isaías 40 o povo de Deus está no exílio, não em Judá; não EM Jerusalém, não é livre, está algemado, está na Babilônia. Que mensagem então Deus dá a Isaías? A história não acabou!! Isaías 40.1,2: “Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus... Isaías 49.15,16: Acaso, pode uma mulher esquecer-se do filho que ainda mama, de sorte que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta viesse a se esquecer dele, eu, todavia, não me esquecerei de ti. 49.16   Eis que nas palmas das minhas mãos te gravei; os teus muros estão continuamente perante mim”
A mensagem agora é de esperança. É isso que alguns eruditos não conseguem atribuir o livro inteiro a um único autor. Deus usa Isaías para mostrar ao povo que, mesmo diante de adversidades das mais duras, a história não acaba aqui. Aleluia!!
E mais: Deus tem um lugar preparado, de delícias, prosperidade, e paz! Nós (judeus cativos) não serviremos para sempre os Babilônios. Não! Depois do cativeiro (70 anos)  Deus conduziria um restante arrependido de Babilônia de volta para Jerusalém. E mais... Deus, porém, terá compaixão de seu povo (14.1,2) e o livrará da opressão tanto política quanto espiritual. O poderoso Criador de Israel (40.21,22; 48.13) fará ribeiros brotar no deserto (32.2). O Senhor levanta um estandarte para conclamar as nações a trazer Israel para casa. 
O livro de Isaías termina com bênçãos sobre Israel, não maldições. Ao final um remanescente piedoso sobreviverá ao julgamento.  A terra restaurada e o povo restaurado passarão, então, a cumprir o ideal divino, e tudo resultará no louvor e na glória do Santo de Israel, por causa do que Ele tem realizado.
Embora nós sejamos tardios para escutar a sua voz, embora nós sejamos obstinados para fazer a sua vontade, mesmo assim, ele sempre insiste, e uma e outra vez vem o seu chamado: «Levanta-te, resplandece, porque é vindo a tua luz».
Isaías 65.17,18: Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas. Mas vós folgareis e exultareis perpetuamente no que eu crio; porque eis que crio para Jerusalém alegria e para o seu povo, regozijo.
Isaías 65: 25: “O lobo e o cordeiro pastarão juntos, e o leão comerá palha como o boi; pó será a comida da serpente. Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte...”

CONCLUSÃO:
Qual a grande lição de Isaías? É melhor confiar em Deus, do que nos homens.
Você tem confiado, em Deus, de todo o teu coração?

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

ISAÍAS (1) SÉRIE: PROFETAS DE ONTEM PARA AS NECESSIDADES DE HOJE


Já abordamos anteriormente (panoramicamente) a particularidades do Ministério Profético em Israel, e distinguimos o Ofício Profético verdadeiro do falso (popular). A partir de agora abordaremos especificamente o Profeta Isaías. Faremos em 2 etapas. Depois daremos prosseguimento em estudos a parte, cada profeta que escreveu um livro da bíblia até Malaquias.

1-      O LIVRO DO PROFETA ISAÍAS
Isaías, é primeiro dos 4 Profetas Maiores; aquele que é considerado o “Príncipe dos Profetas”. Estudiosos o chamaram ainda de “Profeta do Evangelho”. Veremos apenas a parte introdutória e com apenas uma lição; no estudo veremos as 04 principais lições deste livro.
O livro de Isaías é o maior em números de capítulos de livros proféticos; também é o livro profético mais comentado pelos escritores do Novo Testamento. Isaías é ainda conhecido como o “Profeta Messiânico” porque é o profeta que mais cita profecias que são atribuídas a Jesus Cristo. É um livro tão abrangente, historicamente e teologicamente que muitos estudiosos dão a ele a alcunha de “Bíblia em Miniatura;” pois, assim como a bíblia tem 66 livros, Isaías tem 66 capítulos.

2-      AS CARACTERÍSTICAS DO PROFETA ISAÍAS ENQUANTO PESSOA
Isaías viveu entre 680 a 740 antes de Cristo. Ele era um profeta urbano, da capital, diferentemente de Miquéias e Amós, seus contemporâneos, que eram profetas do interior, da roça (como vermos à frente). Ele era casado (com mulher chamada de "profetisa"), e tinha no mínimo dois filhos com nomes simbólicos: Sear-Jasube (7.3 – Um resto volverá – remanescente voltará) e Maer-Shalai-Hash-Baz (8.3 – Rápido despojo presa segura). Ele era filho de Amoz. A tradição da igreja (Talmude) afirma que Amoz, pai de Isaías era irmão do rei Amazias; assim sendo seria primo do rei Uzias (Cap. 6:1). Por isso, é provável que tivesse sangue real e pertencesse a uma família rica, abastada, sendo assim membro da aristocracia judaica; ele era um profeta distinto por sua eloquência e fluência.  Isso se mostra pela liberdade que Isaías tinha de entrar e sair do palácio quando quisesse e do livre trânsito que tinha nos palácios sendo, inclusive, conselheiro de vários reis.
O nome Isaías significa “Deus é a minha Salvação”. Ele morava em Jerusalém e profetizou durante o reinado de 4 reis: Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias. Segundo uma tradição judaica Isaías foi perseguido ferrenhamente pelo ímpio rei Manassés e torturado; sofrendo uma morte horrível: foi emprensado entre duas pranchas de madeira e foi serrado ao meio. Pela tradição a ele se atribui Hebreus  11:37.

3-      O CONTEXTO DA ÉPOCA QUE O PROFETA ISAÍAS VIVEU
Isaías viveu num período de relativa prosperidade financeira, porém sob a sombra  da ascensão do Império Assírio, que ia dominando e escravizando todo o mundo da época. LEIAM em 1º Reis 12. Lá perceberão que  o povo de Deus viveu uma monarquia única somente sob o domínio de Saul, Davi e Salomão. Logo após a morte de Salomão, no reinado de Roboão, o reino de dividiu. Das doze tribos que formavam o povo de Deus,  somente 2 (Judá e Benjamim) ficaram com Roboão, descendente de Davi e Salomão. As outras 10 tribos constituíram a rei, o ímpio Jeroboão, conhecido como um dos piores reis de Israel. Este reino (Norte), com 10 tribos, com Jeroboão como rei, tornou-se o Reino do Norte (que levou o nome de Israel, cuja capital era Samaria). Daí para frente quase todos os seus 18 reis eram maus, idólatras, durou mais ou menos 200 anos, e em 721 AC, este reino foi invadido pelo império Assírio, Samaria foi destruída; as 10 tribos, no cativeiro se desapareceram.
 As outras  2 tribos (Judá e Benjamim) que seguiram o Roboão, filho de Salomão tornou-se o Reino do Sul (que levou o nome de Judá – cuja capital era Jerusalém). Ainda que muito menor foi governada por reis, em boa parte, tementes a Deus.  Até a Invasão de Samaria o povo manteve-se fiel a Deus e o Império assírio não conseguiu conquistar Judá; é incrível vermos isso no mapa.
Judá, a despeito de alguns reis terem errado, permaneceu fiel a Deus. Porém, logo depois do Reino do Norte (Israel) ter caído e sido levado para o cativeiro, o rigor foi diminuindo causando um sério declínio moral e espiritual.
É aqui que nos encontramos então, com o profeta Isaías. Isaías foi convocado para "despertar" o povo da realidade de sua (povo) situação, e convocá-lo a voltar-se para o Senhor, senão, este mesmo povo também seria disciplinado como o foram seus irmãos, Israel (Reino do Norte) anteriormente.
Daí o nosso tema: PROFETAS DE ONTEM PARA AS NECESSIDADES DE HOJE. Vejamos como Isaías faz sua mensagem contextualizada:

4-      PROFETAS DE ONTEM PARA AS NECESSIDADES DE HOJE – LEIA ISAÍAS 1:1-20
1.1   Visão de Isaías, filho de Amoz, que ele teve a respeito de Judá e Jerusalém, nos dias de Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá.
 1.2   Ouvi, ó céus, e dá ouvidos, ó terra, porque o SENHOR é quem fala: Criei filhos e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim.
 1.3   O boi conhece o seu possuidor, e o jumento, o dono da sua manjedoura; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende.
 1.4   Ai desta nação pecaminosa, povo carregado de iniqüidade, raça de malignos, filhos corruptores; abandonaram o SENHOR, blasfemaram do Santo de Israel, voltaram para trás.
 1.5   Por que haveis de ainda ser feridos, visto que continuais em rebeldia? Toda a cabeça está doente, e todo o coração, enfermo.
 1.6   Desde a planta do pé até à cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, contusões e chagas inflamadas, umas e outras não espremidas, nem atadas, nem amolecidas com óleo.
 1.7   A vossa terra está assolada, as vossas cidades, consumidas pelo fogo; a vossa lavoura os estranhos devoram em vossa presença; e a terra se acha devastada como numa subversão de estranhos.
 1.8   A filha de Sião é deixada como choça na vinha, como palhoça no pepinal, como cidade sitiada.
 1.9   Se o SENHOR dos Exércitos não nos tivesse deixado alguns sobreviventes, já nos teríamos tornado como Sodoma e semelhantes a Gomorra.
 1.10   Ouvi a palavra do SENHOR, vós, príncipes de Sodoma; prestai ouvidos à lei do nosso Deus, vós, povo de Gomorra.
 1.11   De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? — diz o SENHOR. Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais cevados e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes.
 1.12   Quando vindes para comparecer perante mim, quem vos requereu o só pisardes os meus átrios?
 1.13   Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniqüidade associada ao ajuntamento solene.
 1.14   As vossas Festas da Lua Nova e as vossas solenidades, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer.
 1.15   Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.
 1.16   Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos; cessai de fazer o mal.
 1.17   Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas.
 1.18   Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã.
 1.19   Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra.
 1.20   Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do SENHOR o disse.

VEJA O QUE ESTE TEXTO DESCREVE:
1-      A TRISTE REALIDADE DE JUDÁ (O POVO DE DEUS – 1:2-9)
Ø  Filhos Rebeldes (revoltados 2)
Ø  Corpo Infecto e Purulento (5,6)
Ø  Cidade Devastada (7-9)
Em 1:21 a "cidade fiel" é chamada de prostituta.
2-      A EFERVESCÊNCIA RELIGIOSA ENGANOSA EM JUDÁ (1:11-15)
Ø  Havia Multidão de Sacrifícios (11)
Ø  Havia Ortodoxia Prática (relembrar das datas especiais 13,14)
Ø  Havia Aparente Espiritualidade (mãos estendidas e orações multiplicadas-15)
Ø  A religiosidade estava misturada com comportamento ímpio (15)
3-      A POSSIBILIDADE DO JUÍZO
Ø  Sereis Devorados a Espada (20- Cativeiro)
4-      A INTIMAÇÃO À MUDANÇA
Ø  É Preciso Lavar as e Purificar as Vestes (18)
Ø  É Preciso Mudar as Atitudes (16,17)

CONLUSÃO
PROFETAS DE ONTEM PARA AS NECESSIDADES DE HOJE. Em que a mensagem de Isaías é relevante para os dias de hoje? Qual a situação do nosso país? E da nossa cidade? Qual a situação da igreja Evangélica Brasileira?
Ø  Corações empedernidos – mãe matando filhos
Ø  Violência impera – Passeatas pró-maconha... Liberação do casamento gay
Está faltando culto, adoração, ajuntamento? Não!! Como nos tempos de Isaías, nunca as pessoas foram tanto ao culto... Nunca as pessoas ganharam tanto dinheiro? Mas também nunca se misturou tanto o sagrado com o profano.
PROFETAS DE ONTEM PARA AS NECESSIDADES DE HOJE. É preciso mudar!! É preciso termos as vestes purificadas. É preciso ir a Jesus para que nossas as vestes sejam purificadas em seu sangue!
E a iminência do juízo... Agora não mais parcial, agora final...
A Mensagem de ontem é relevante para hoje...
CONTINUA...

terça-feira, 9 de outubro de 2012

PROFETAS DE ONTEM PARA AS NECESSIDADES DE HOJE - PARTE 1



Tomara todo o povo do SENHOR fosse profeta (Números 11:29)

Iniciamos hoje uma série de mensagens com o seguinte tema: "Profetas de ontem para as necessidades de hoje". Objetivo: A) Conhecermos mais a palavra de Deus, B) Termos uma visão individual de cada profeta que escreveu um livro da bíblia. Começando com Isaías e terminando com Malaquias, em cada estudo veremos quem é este profeta; veremos o contexto em que ele viveu, as dificuldades inerentes de seu tempo, como se projetou sua mensagem, e quais são as principais características dos seus escritos. Por fim retraremos princípios práticos para a nossa vida. Veremos que aquilo foi falado há quase 3000 anos atrás continua relevante para os nossos dias, e com isso tirarmos proveito prático, objetivo que nos inspire a andarmos mais próximos e mais confiantes com nosso Deus.

11 -     O ENTENDIMENTO POPULAR DO TERMO “PROFETA”
Antes de falarmos dos profetas é precisamos compreender o que foi o Movimento profético em Israel. Se não compreendermos o que foi profetismo em Israel, se não entendermos com mais exatidão, quem foram eles, os profetas corremos o risco de discutir um assunto que não terá ficado bem definido, tamanha a diversidade de conotações que o termo “Movimento Profético” recebe em nossos dias. E então, não chegaremos a um ponto proveitoso em nossa análise.
Para boa parte das pessoas de nosso tempo, o profeta “é uma pessoa que adivinha coisas”.  Concordo com Isautino G. Coelho que Profecia,  nesta ótica, é adivinhação. É assim o conceito secular, e popular do termo. Este era o conceito de profeta entre os pagãos. A lecanomancia (leitura do futuro pela figura do azeite derramado numa taça sagrada), a hepatoscopia (a leitura do futuro pelos riscos do fígado de animais sacrificados aos ídolos), o uso de árvores sagradas, como os cananeus faziam com os carvalhos (vide o carvalho de Moré, em Gênesis 12.6 - Moreh,  em hebraico, significa “mestre”), sonhos após  alucinógenos, a interpretação do vôo dos pássaros, tudo isto fazia parte do ofício profético pagão.
No sentido pagão, o termo “profeta” não traz uma mensagem com fundo moral e ético. Apenas busca descobrir o futuro para orientar os reis sobre guerras a declarar, alianças políticas a fazer ou decisões por tomar, como, por exemplo, os adivinhadores e os sábios de Faraó, em Gênesis 41.8: 41.8   De manhã, achando-se ele de espírito perturbado, mandou chamar todos os magos do Egito e todos os seus sábios e lhes contou os sonhos; mas ninguém havia que lhos interpretasse.
 Isto acontece também em alguns grupos especialmente neopentecostais. Profetizar para esse irmãos é fazer “revelações”, algumas delas absolutamente absurdas, sem sentido, sobre a vida das pessoas. Um profeta numa cidade que trabalhei disciplinou um membro da igreja e a profecia (revelação de “Deus”) foi que o dito “pecador” como penalidade imposta por Deus, deveria “assistir” culto do outro lado da rua. Eu falei de púlpito: Isto é revelação, ou profecia do diabo, não de Deus, e podem falar para os membros desta igreja que eu falei isso. Podem falar até para pastor desta igreja!

22 -   “NAVI”: O PROFETA BÍBLICO
Biblicamente falando o termo mais enfatizado (mais que trezentas vezes) para profeta (direto do hebraico) é “navi”. Esta descrição é atribuída a Moisés em Deuteronômio 18.15: “o Senhor teu Deus te suscitará um “navi” (profeta) como eu, do meio de ti, de teus irmãos. A ele ouvirás”. O termo navi vem do acadiano “navvu”, que significa  chamar, designar, nomear. Neste sentido, o profeta, seria alguém chamado, designado, escolhido, como um arauto, um representante, um embaixador que fala, que representa alguém, que anuncia, que transmite o recado em nome de alguém. Por isso você sempre verá o profeta dizendo na bíblia: “Assim diz o SENHOR”. Daí a função do profeta era, em Nome de Deus: 1) repreender o povo quando este caía; 2) encorajar o povo a manter a fidelidade em Deus; 3) dar esperança ao povo, uma vez que, mantendo a fidelidade, Deus prometia tempo s de refrigério e esperança, um templo de total realização em Deus.
A bíblia cita vários profetas. Alguns foram usados por Deus para escreverem os livros que levam seus nomes. Outros são conhecidos nossos mas, não escreveram livros:  Moisés, Débora, Eli, Samuel, Natã, Elias... outros não nos são tão conhecidos: Gad, Aías,Hulda, e “os outros” Jonas e Miquéias. Os que escreveram os livros levam os nomes de Profetas Maiores, por que escreveram mais: Isaías, Jeremias e Ezequiel. Outros que escreveram menos, levam o nome de Profetas Menores: de Daniel a Malaquias.
Aguarde continuação – abordaremos especificamente o Profeta Isaías

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A Beleza Por Trás Da Santa Ceia

E, no primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, quando se fazia o sacrifício do cordeiro pascal, disseram-lhe seus discípulos: Onde queres que vamos fazer os preparativos para comeres a Páscoa? 14.13   Então, enviou dois dos seus discípulos, dizendo-lhes: Ide à cidade, e vos sairá ao encontro um homem trazendo um cântaro de água;  14.14   segui-o e dizei ao dono da casa onde ele entrar que o Mestre pergunta: Onde é o meu aposento no qual hei de comer a Páscoa com os meus discípulos? 14.15 E ele vos mostrará um espaçoso cenáculo mobilado e pronto; ali fazei os preparativos. 14.16 Saíram, pois, os discípulos, foram à cidade e, achando tudo como Jesus lhes tinha dito, prepararam a Páscoa.
14.22 E, enquanto comiam, tomou Jesus um pão e, abençoando-o, o partiu e lhes deu, dizendo: Tomai, isto é o meu corpo. 14.23 A seguir, tomou Jesus um cálice e, tendo dado graças, o deu aos seus discípulos; e todos beberam dele. 14.24 Então, lhes disse: Isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos.(Marcos 14:12-16;22-24)

Nossa crença Reformada entende que há 2 sacramentos (ordenanças santas e solenes deixadas por Jesus à igreja): Batismo e Ceia. Embora sejam sacramentos, a Ceia reveste-se de um cerimonial maior. A pessoa pode ser batizada e não participar da ceia, mas não pode participar da ceia sem ser batizada. Quanto ao batismo nenhuma ordem a não ser crer (quando adulto - Mc. 16:16), Já quanto a CEIA é necessário auto-exame (discernimento - 1ª Co. 11:28).
A Santa Ceia simboliza para nós a realização do que foi Páscoa para Israel. A primeira Páscoa foi realizada na noite em que Deus deu o livramento ao seu povo (Israel) conforme menciona o capítulo 12 de Êxodo, após Deus enviar 10 pragas sobre o Egito, a 10ª praga foi a morte do primogênito.
A páscoa era uma refeição. Cada família deveria comer às pressas um cordeiro, com ervas amargosas. E o sangue do animal morto deveria ser passado nos umbrais das portas. Na primeira Páscoa ao Anjo da morte passaria sobre o Egito, a casa que não tivesse o sangue nos umbrais das porta o filho mais velho morreria. Foi assim que o povo de Deus foi liberto do Egito.
O cerimonial da morte do cordeiro deveria ser repetido todo ano.
Foi isso que Jesus fez aqui. Na verdade Jesus realizou aqui com os discípulos a Última Páscoa: 12-16: 14.12: E, no primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, quando se fazia o sacrifício do cordeiro pascal, disseram-lhe seus discípulos: Onde queres que vamos fazer os preparativos para comeres a Páscoa? 14.13   Então, enviou dois dos seus discípulos, dizendo-lhes: Ide à cidade, e vos sairá ao encontro um homem trazendo um cântaro de água;  14.14   segui-o e dizei ao dono da casa onde ele entrar que o Mestre pergunta: Onde é o meu aposento no qual hei de comer a Páscoa com os meus discípulos? 14.15   E ele vos mostrará um espaçoso cenáculo mobilado e pronto; ali fazei os preparativos. 14.16   Saíram, pois, os discípulos, foram à cidade e, achando tudo como Jesus lhes tinha dito, prepararam a Páscoa. Jesus comeu o bezerro assado com os seus discípulos.
Só que no meio do banquete, Jesus transforma a Páscoa na Ceia. Jesus realizou a 1ª Santa Ceia: 14.22 E, enquanto comiam, tomou Jesus um pão e, abençoando-o, o partiu e lhes deu, dizendo: Tomai, isto é o meu corpo. 14.23   A seguir, tomou Jesus um cálice e, tendo dado graças, o deu aos seus discípulos; e todos beberam dele. 14.24   Então, lhes disse: Isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos .
Jesus tomou elementos que faziam parte da Páscoa e transforma a Antiga Páscoa na Ceia do Senhor Jesus. A Páscoa judaica havia cumprido seu propósito. Pois, profeticamente ela apontava para o sacrifício de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus (João 1.29). Vejamos as Comparações:
1) A Páscoa era a fruto da graça salvadora de Deus. Não tirou Israel do Egito porque mereciam, mas sim porque os amou e era fiel a sua aliança. A Salvação de Jesus externada agora na Santa Ceia também nos vem através da maravilhosa graça de Deus e não por méritos nosso.
2) A aspersão do sangue nos umbrais das portas era efetuada com fé obediente, ela resultou na redenção, no livramento de Israel sangue todo povo de Deus. O sangue de Jesus foi vertido na cruz a fim de nos salvar da morte e do pecado.
3) O Cordeiro pascoal era o sacrifício que substituía o primogênito, Jesus tomou o lugar daquele cordeiro e morreu em substituição a morte do crente.
4) O Cordeiro sem mácula simbolizava o Cristo sem pecado. E ao João Batista viu Jesus e disse: Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo
5) Alimentar-se do Cordeiro representava vida para os israelitas. Hoje quando nos alimentamos do pão, verdadeiramente nos alimentamos de Cristo. O que diz João 6:53-56: 53  Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos. 6.54 Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. 6.55 Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida.
6.56   Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele.

Agora, observe a conclusão: 14.24 Então, lhes disse: Isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos. A Aliança instituída por Cristo é chamada «Nova» porque contrasta àquela feita com Israel no monte Sinai, ao iniciar o período da Lei.
1) A primeira Aliança foi estabelecida pelo sangue aspergido de animais sacrificados (Heb 9.16-22). A Nova Aliança tornou-se válida, através do Sangue Imaculado de Jesus Cristo, vertido na cruz (Heb 8.6-13).
2)  A Antiga Aliança era das obras; requeria obediência a Lei (Êx 24.3-8). A Nova Aliança leva ao perdão dos pecados e à transformação da natureza humana; que permite que a Lei do Senhor Jeová seja amada e guardada (Jer 31.31-34; Rom 3.23-31).
3)  A primeira aliança era um símbolo da nova era como se fosse sombra; a nova aliança é a realidade em Cristo Jesus.
Hoje vocês participarão da primeira Santa Ceia. A Santa Ceia do Senhor está mencionada em quatro trechos da bíblia: I Cor 11:23-32, Mt 26:26-29, Mc 14:22-25 e Lc 22:15-20.
É extremamente importante que vocês estejam cientes de tudo o que ela nos ensina. Nossa teologia reformada nos diz que ela é um meio de graça. Um meio que Deus usa para transmitir graça, para fortalecer, para robustecer a fé do crente. Por isso, ela, a Santa Ceia do Senhor relaciona-se com o passado, presente e futuro.
A) Quanto ao Passado a Santa Ceia é um Memorial – Daquilo que Deus fez ao libertar Israelk do Egito, mas, acima de tudo daquilo que Deus fez através da morte de seu Filho, nosso senhor Jesus Cristo no calvário para redimir os crentes do pecado e condenação. No momento da Ceia é momento de relembramos do seu significado que é motivação para não cairmos e para fugirmos da aparência do mal, b) É um ato de ação de graça pelas bênçãos sobre a nossa vida por intermédio da morte de Cristo.
B) Quanto ao Presente a Santa Ceia é um ato de comunhão com Cristo e com nosso irmãos (nós nos alimentamos dele; ele está em nós); mas comunhão também com a sua Igreja com os nossos irmãos, pois todos comemos do mesmo pão. A Santa Ceia é uma proclamação da nova aliança e reafirmação do senhorio de sobre a igreja e o compromisso de andarmos juntos, pois, estamos todos no “mesmo barco”, no mesmo corpo. (Cântico Alto Preço: na força do Espírito Santo, nós proclamamos aqui, que pagaremos o preço de sermos um só coração no Senhor... e por mais que as trevas militem e nos tentem separar, com os nossos olhos em Cristo, unidos iremos andar...
Nós presbiterianos cremos na presença espiritual de Cristo nos elementos da ceia (pão e o vinho). Por isso ainda que admitamos a ceia como memorial (como crêem nossos irmãos batistas), também admitimos que ele é mais que um memorial; pois, há algo maior na Ceia. O momento da ceia é muito mais que mero teatro ou repetição. Ainda que o corpo de Cristo não se transforme no pão (como crêem os romanistas), nem se misture com o pão (como crêem os Luteranos), Cristo está ali nos elementos (pão e vinho), presente espiritualmente, presente simbolicamente, presente verdadeiramente, a nos abençoar. É algo tremendo, profundo, contemplado pela fé, que nos trás profundas lições espirituais, das quais a principal é: Assim como o pão material abastece nossos corpos físicos,a presença de Cristo no elementos, abastece nossa vida espiritual.
C) Quanto ao futuro a Santa Ceia é um antegozo do Reino Futuro de Deus, antevê a volta de Cristo para participarmos todos juntos do banquete celestial na eternidade.
Toda a importância mencionada só passa a ter significado se chegarmos diante do Senhor com fé genuína, oração sincera e obediência a sua palavra e a sua vontade.
É por isso que a Santa Ceia é considerado um meio de graça; ou seja, um mecanismo que o próprio Deus se utiliza para nutrir, fortalecer objetivamente seus filhos.
Que o cordeiro alimente e vos abençoe!!