sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A Beleza Por Trás Da Santa Ceia

E, no primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, quando se fazia o sacrifício do cordeiro pascal, disseram-lhe seus discípulos: Onde queres que vamos fazer os preparativos para comeres a Páscoa? 14.13   Então, enviou dois dos seus discípulos, dizendo-lhes: Ide à cidade, e vos sairá ao encontro um homem trazendo um cântaro de água;  14.14   segui-o e dizei ao dono da casa onde ele entrar que o Mestre pergunta: Onde é o meu aposento no qual hei de comer a Páscoa com os meus discípulos? 14.15 E ele vos mostrará um espaçoso cenáculo mobilado e pronto; ali fazei os preparativos. 14.16 Saíram, pois, os discípulos, foram à cidade e, achando tudo como Jesus lhes tinha dito, prepararam a Páscoa.
14.22 E, enquanto comiam, tomou Jesus um pão e, abençoando-o, o partiu e lhes deu, dizendo: Tomai, isto é o meu corpo. 14.23 A seguir, tomou Jesus um cálice e, tendo dado graças, o deu aos seus discípulos; e todos beberam dele. 14.24 Então, lhes disse: Isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos.(Marcos 14:12-16;22-24)

Nossa crença Reformada entende que há 2 sacramentos (ordenanças santas e solenes deixadas por Jesus à igreja): Batismo e Ceia. Embora sejam sacramentos, a Ceia reveste-se de um cerimonial maior. A pessoa pode ser batizada e não participar da ceia, mas não pode participar da ceia sem ser batizada. Quanto ao batismo nenhuma ordem a não ser crer (quando adulto - Mc. 16:16), Já quanto a CEIA é necessário auto-exame (discernimento - 1ª Co. 11:28).
A Santa Ceia simboliza para nós a realização do que foi Páscoa para Israel. A primeira Páscoa foi realizada na noite em que Deus deu o livramento ao seu povo (Israel) conforme menciona o capítulo 12 de Êxodo, após Deus enviar 10 pragas sobre o Egito, a 10ª praga foi a morte do primogênito.
A páscoa era uma refeição. Cada família deveria comer às pressas um cordeiro, com ervas amargosas. E o sangue do animal morto deveria ser passado nos umbrais das portas. Na primeira Páscoa ao Anjo da morte passaria sobre o Egito, a casa que não tivesse o sangue nos umbrais das porta o filho mais velho morreria. Foi assim que o povo de Deus foi liberto do Egito.
O cerimonial da morte do cordeiro deveria ser repetido todo ano.
Foi isso que Jesus fez aqui. Na verdade Jesus realizou aqui com os discípulos a Última Páscoa: 12-16: 14.12: E, no primeiro dia da Festa dos Pães Asmos, quando se fazia o sacrifício do cordeiro pascal, disseram-lhe seus discípulos: Onde queres que vamos fazer os preparativos para comeres a Páscoa? 14.13   Então, enviou dois dos seus discípulos, dizendo-lhes: Ide à cidade, e vos sairá ao encontro um homem trazendo um cântaro de água;  14.14   segui-o e dizei ao dono da casa onde ele entrar que o Mestre pergunta: Onde é o meu aposento no qual hei de comer a Páscoa com os meus discípulos? 14.15   E ele vos mostrará um espaçoso cenáculo mobilado e pronto; ali fazei os preparativos. 14.16   Saíram, pois, os discípulos, foram à cidade e, achando tudo como Jesus lhes tinha dito, prepararam a Páscoa. Jesus comeu o bezerro assado com os seus discípulos.
Só que no meio do banquete, Jesus transforma a Páscoa na Ceia. Jesus realizou a 1ª Santa Ceia: 14.22 E, enquanto comiam, tomou Jesus um pão e, abençoando-o, o partiu e lhes deu, dizendo: Tomai, isto é o meu corpo. 14.23   A seguir, tomou Jesus um cálice e, tendo dado graças, o deu aos seus discípulos; e todos beberam dele. 14.24   Então, lhes disse: Isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos .
Jesus tomou elementos que faziam parte da Páscoa e transforma a Antiga Páscoa na Ceia do Senhor Jesus. A Páscoa judaica havia cumprido seu propósito. Pois, profeticamente ela apontava para o sacrifício de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus (João 1.29). Vejamos as Comparações:
1) A Páscoa era a fruto da graça salvadora de Deus. Não tirou Israel do Egito porque mereciam, mas sim porque os amou e era fiel a sua aliança. A Salvação de Jesus externada agora na Santa Ceia também nos vem através da maravilhosa graça de Deus e não por méritos nosso.
2) A aspersão do sangue nos umbrais das portas era efetuada com fé obediente, ela resultou na redenção, no livramento de Israel sangue todo povo de Deus. O sangue de Jesus foi vertido na cruz a fim de nos salvar da morte e do pecado.
3) O Cordeiro pascoal era o sacrifício que substituía o primogênito, Jesus tomou o lugar daquele cordeiro e morreu em substituição a morte do crente.
4) O Cordeiro sem mácula simbolizava o Cristo sem pecado. E ao João Batista viu Jesus e disse: Eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo
5) Alimentar-se do Cordeiro representava vida para os israelitas. Hoje quando nos alimentamos do pão, verdadeiramente nos alimentamos de Cristo. O que diz João 6:53-56: 53  Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tendes vida em vós mesmos. 6.54 Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. 6.55 Pois a minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida.
6.56   Quem comer a minha carne e beber o meu sangue permanece em mim, e eu, nele.

Agora, observe a conclusão: 14.24 Então, lhes disse: Isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos. A Aliança instituída por Cristo é chamada «Nova» porque contrasta àquela feita com Israel no monte Sinai, ao iniciar o período da Lei.
1) A primeira Aliança foi estabelecida pelo sangue aspergido de animais sacrificados (Heb 9.16-22). A Nova Aliança tornou-se válida, através do Sangue Imaculado de Jesus Cristo, vertido na cruz (Heb 8.6-13).
2)  A Antiga Aliança era das obras; requeria obediência a Lei (Êx 24.3-8). A Nova Aliança leva ao perdão dos pecados e à transformação da natureza humana; que permite que a Lei do Senhor Jeová seja amada e guardada (Jer 31.31-34; Rom 3.23-31).
3)  A primeira aliança era um símbolo da nova era como se fosse sombra; a nova aliança é a realidade em Cristo Jesus.
Hoje vocês participarão da primeira Santa Ceia. A Santa Ceia do Senhor está mencionada em quatro trechos da bíblia: I Cor 11:23-32, Mt 26:26-29, Mc 14:22-25 e Lc 22:15-20.
É extremamente importante que vocês estejam cientes de tudo o que ela nos ensina. Nossa teologia reformada nos diz que ela é um meio de graça. Um meio que Deus usa para transmitir graça, para fortalecer, para robustecer a fé do crente. Por isso, ela, a Santa Ceia do Senhor relaciona-se com o passado, presente e futuro.
A) Quanto ao Passado a Santa Ceia é um Memorial – Daquilo que Deus fez ao libertar Israelk do Egito, mas, acima de tudo daquilo que Deus fez através da morte de seu Filho, nosso senhor Jesus Cristo no calvário para redimir os crentes do pecado e condenação. No momento da Ceia é momento de relembramos do seu significado que é motivação para não cairmos e para fugirmos da aparência do mal, b) É um ato de ação de graça pelas bênçãos sobre a nossa vida por intermédio da morte de Cristo.
B) Quanto ao Presente a Santa Ceia é um ato de comunhão com Cristo e com nosso irmãos (nós nos alimentamos dele; ele está em nós); mas comunhão também com a sua Igreja com os nossos irmãos, pois todos comemos do mesmo pão. A Santa Ceia é uma proclamação da nova aliança e reafirmação do senhorio de sobre a igreja e o compromisso de andarmos juntos, pois, estamos todos no “mesmo barco”, no mesmo corpo. (Cântico Alto Preço: na força do Espírito Santo, nós proclamamos aqui, que pagaremos o preço de sermos um só coração no Senhor... e por mais que as trevas militem e nos tentem separar, com os nossos olhos em Cristo, unidos iremos andar...
Nós presbiterianos cremos na presença espiritual de Cristo nos elementos da ceia (pão e o vinho). Por isso ainda que admitamos a ceia como memorial (como crêem nossos irmãos batistas), também admitimos que ele é mais que um memorial; pois, há algo maior na Ceia. O momento da ceia é muito mais que mero teatro ou repetição. Ainda que o corpo de Cristo não se transforme no pão (como crêem os romanistas), nem se misture com o pão (como crêem os Luteranos), Cristo está ali nos elementos (pão e vinho), presente espiritualmente, presente simbolicamente, presente verdadeiramente, a nos abençoar. É algo tremendo, profundo, contemplado pela fé, que nos trás profundas lições espirituais, das quais a principal é: Assim como o pão material abastece nossos corpos físicos,a presença de Cristo no elementos, abastece nossa vida espiritual.
C) Quanto ao futuro a Santa Ceia é um antegozo do Reino Futuro de Deus, antevê a volta de Cristo para participarmos todos juntos do banquete celestial na eternidade.
Toda a importância mencionada só passa a ter significado se chegarmos diante do Senhor com fé genuína, oração sincera e obediência a sua palavra e a sua vontade.
É por isso que a Santa Ceia é considerado um meio de graça; ou seja, um mecanismo que o próprio Deus se utiliza para nutrir, fortalecer objetivamente seus filhos.
Que o cordeiro alimente e vos abençoe!!