”Quão formosos
são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz,
do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus
reina!’’ -
Isaías 52:7
Nos tempos bíblicos as ruas não eram calçadas; havia
muita poeira, e as pessoas andavam descalças ou de sandálias. Os pés estavam
sempre empoeirados, sujos, mal cheirosos, e até machucados; não eram os mais
belos, e nem os mais agradáveis de se ver. Era deselegante entrar numa casa e o
anfitrião não lhe oferecer uma bacia, com água, para lavar os pés (Lc. 7.44).
Os “pés”, naquela época eram (e ainda são)
uma das partes menos valorizadas do corpo.
O nosso modo de valorizar a beleza das pessoas não
mudou. Como nos tempos bíblicos (Et. 2.2-4), hoje ainda, valorizamos a beleza pelas feições do rosto,
olhos, na cor da pele, textura do cabelo... As indústrias de cosméticos
proliferam, e a cada dia aumenta o número, (até entre os crentes) de pessoas
preocupadas com a estética; aplicações de “botox”, cirurgias plásticas, e
enchimento de lábios...
Por que, em Isaías 52.7 (e Naum 1.15, e Romanos
10.15) são elogiados são os pés, e não os rostos (geralmente esticados, e
cheios de botox)? Aqui há uma figura de linguagem; os pés representam a pessoa.
Os pés falam-nos da atitude de movimento em direção ao outro, em direção
àqueles que estão presos em grilhões, e que ainda não sabem que “já raiou a
liberdade o horizonte espiritual”. De nada adianta uma igreja cheia de “faces
bonitas”, se não houver pés dispostos a ir. O que Isaías quer dizer é que “o
que” eles (os pés) possibilitavam trazer (as boas novas), os tornava
“formosos”, esplêndidos, belos” Não era o que eles eram em si, mas, o que eles
portavam: “As Boas Novas da Salvação”. Essas boas novas só chegaram às pessoas
porque os pés levaram, até lá, os mensageiros. O que nos difere dos meramente
religiosos, egoístas, e insensíveis são nossos pés; é a nossa disposição de
sair da nossa “zona de conforto” para alcançar o perdido, esteja ele onde
estiver. Isso equivale a dizer: “Quão belos, quão agradáveis, quão dignos, quão
merecedores de honra e respeito, são as pessoas, os mensageiros, os
evangelistas, pois, por meio de seus pés, levaram as boas novas de salvação a
todos os povos”.
Olhe agora para os seus pés e os contemple.
Questione se, nesta perspectiva (na perspectiva, de Deus), Eles são belos...
Deus não vê como vê o homem (1 Sa. 16.7). O homem olha o rosto, Deus olha os
pés. O que me apavora, muitas vezes, é o que as estatísticas nos informam; 95%
dos crentes jamais levou alguém aos pés de Jesus. Entristeço-me com o fato que
nunca tivemos uma igreja com faces tão bonitas, mas, com pés tão feios...
Do ponto de vista dos céus, não existe nada tão
amável, tão admirável sobre a terra, do que a propagação do nome de Jesus
Cristo, a um mundo em necessidade. E isso só acontece, porque os pés levam os
mensageiros até o povo que carece de esperança. A verdadeira formosura, não se
encontra nos rostos, mas, nos pés: “‘Quão formosos são, sobre os montes, os pés
do que anuncia as boas novas!!”.
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