quinta-feira, 31 de agosto de 2017

PÉS FORMOSOS

”Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, do que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, do que diz a Sião: O teu Deus reina!’’ - Isaías 52:7
   
Nos tempos bíblicos as ruas não eram calçadas; havia muita poeira, e as pessoas andavam descalças ou de sandálias. Os pés estavam sempre empoeirados, sujos, mal cheirosos, e até machucados; não eram os mais belos, e nem os mais agradáveis de se ver. Era deselegante entrar numa casa e o anfitrião não lhe oferecer uma bacia, com água, para lavar os pés (Lc. 7.44). Os “pés”, naquela época eram (e ainda são)  uma das partes menos valorizadas do corpo.
O nosso modo de valorizar a beleza das pessoas não mudou. Como nos tempos bíblicos (Et. 2.2-4), hoje ainda,  valorizamos a beleza pelas feições do rosto, olhos, na cor da pele, textura do cabelo... As indústrias de cosméticos proliferam, e a cada dia aumenta o número, (até entre os crentes) de pessoas preocupadas com a estética; aplicações de “botox”, cirurgias plásticas, e enchimento de lábios...
Por que, em Isaías 52.7 (e Naum 1.15, e Romanos 10.15) são elogiados são os pés, e não os rostos (geralmente esticados, e cheios de botox)? Aqui há uma figura de linguagem; os pés representam a pessoa. Os pés falam-nos da atitude de movimento em direção ao outro, em direção àqueles que estão presos em grilhões, e que ainda não sabem que “já raiou a liberdade o horizonte espiritual”. De nada adianta uma igreja cheia de “faces bonitas”, se não houver pés dispostos a ir. O que Isaías quer dizer é que “o que” eles (os pés) possibilitavam trazer (as boas novas), os tornava “formosos”, esplêndidos, belos” Não era o que eles eram em si, mas, o que eles portavam: “As Boas Novas da Salvação”. Essas boas novas só chegaram às pessoas porque os pés levaram, até lá, os mensageiros. O que nos difere dos meramente religiosos, egoístas, e insensíveis são nossos pés; é a nossa disposição de sair da nossa “zona de conforto” para alcançar o perdido, esteja ele onde estiver. Isso equivale a dizer: “Quão belos, quão agradáveis, quão dignos, quão merecedores de honra e respeito, são as pessoas, os mensageiros, os evangelistas, pois, por meio de seus pés, levaram as boas novas de salvação a todos os povos”.
Olhe agora para os seus pés e os contemple. Questione se, nesta perspectiva (na perspectiva, de Deus), Eles são belos... Deus não vê como vê o homem (1 Sa. 16.7). O homem olha o rosto, Deus olha os pés. O que me apavora, muitas vezes, é o que as estatísticas nos informam; 95% dos crentes jamais levou alguém aos pés de Jesus. Entristeço-me com o fato que nunca tivemos uma igreja com faces tão bonitas, mas, com pés tão feios...

Do ponto de vista dos céus, não existe nada tão amável, tão admirável sobre a terra, do que a propagação do nome de Jesus Cristo, a um mundo em necessidade. E isso só acontece, porque os pés levam os mensageiros até o povo que carece de esperança. A verdadeira formosura, não se encontra nos rostos, mas, nos pés: “‘Quão formosos são, sobre os montes, os pés do que anuncia as boas novas!!”.

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