sexta-feira, 18 de agosto de 2017

OS NOSSOS PRETENSOS MÉRITOS DIANTE DO PADRÃO DIVINO

Estou, nesta semana, lendo o capítulo 12 do livro 3 ("As Institutas"), onde Calvino (tratando sobre a doutrina da Justificação) fala sobre "julgarmos nossos pretensos méritos, não à luz do juízo humano, mas à luz do padrão divino".
Calvino nos "joga na lona"; ele diz:
"Aqueles que sob a vista de Deus, seriamente cogitam da verdadeira norma de justiça, por certo descobrirão que todas as obras dos homens, se forem estimadas em sua dignidade, nada mais são do que imundície e indignidade, e a que comumente se tem por justiça, essa diante de Deus é pura iniquidade; a que se considera integridade não passa de poluição; a que julga glória não passa de desonra" (J. Calvino).
Veja mais uma preciosa pérola, dos ensinos do mestre Calvino:
"É necessário excluir-se toda e qualquer confiança em nós mesmos, para que, desimpedidos, nos apressemos rumo a Cristo, a fim de que, vazios e famintos, possamos fartar-nos de suas coisas boas. Pois jamais confiaremos nele suficientemente, a menos que, suspeitando profundamente de nós mesmos; jamais alcançaremos suficientemente em nós o ânimo para com ele, a menos que antes nos sintamos abatidos em nós mesmos; jamais nos consolaremos suficientemente nele, a menos que em nós mesmos nos sintamos desolados. Portanto, sendo a confiança pessoal inteiramente eliminada, de fato apoiados unicamente na certeza de sua bondade, estamos capacitados para aprender e obter a graça de Deus, quando, como diz Agostinho, esquecidos de nossos méritos, abraçamos os dons de Cristo, visto que, se ele buscasse em nós méritos pessoais, não viríamos a seus dons. Com quem concordemente faz côro Bernardo, comparando os presunçosos a servos desleais, porque contra toda razão retêm para si o louvor da graça, quando a mesma nem passa por eles; como se uma parede se vangloriasse de ter sido a causa do raio de sol, que ela recebe por meio de uma janela" (João Calvino).

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