“Então, ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos
que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das
suas fadigas, pois as suas obras os acompanham” (Ap. 14.13).
INTRODUÇÃO
A expressão “bem-aventurado” é
muito conhecida na bíblia. O Salmo 1.1
diz “Bem-aventurado o homem que não anda
no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta
na roda dos escarnecedores”. No Evangelho de Mateus (5.3-11), no início do Sermão
do Monte, Jesus listas 9 bem aventuranças (humildes, choram, mansos, têm fome e
sede de justiça, misericordiosos, limpos de coração, pacificadores,
perseguidos, e os injuriados).
A expressão “bem aventurado” (Makários) procede de uma palavra que sua
raiz significa riqueza. O livro do Apocalipse apresenta-nos 07 bem aventuranças,
ou seja, as qualidades que se refletem na vida alguém que usufrui da verdadeira
riqueza espiritual; alguém que realmente pode se considerado “bendito do
Senhor”:
Apocalipse 1.13: “Bem-aventurados
aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas
nelas escritas..." (Ap 1.3).
Apocalipse 16.15: "... Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as
suas vestes, para que não ande nú, e não se veja a sua vergonha" .
Apocalipse 19.9: “... Bem-aventurados aqueles que são chamados à
ceia das bodas do Cordeiro. São estas as verdadeiras palavras de Deus".
Apocalipse 20.6: "Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte
na primeira ressurreição..."
Apocalipse 22.7: "... Bem-aventurado aquele que guarda as palavras
da profecia deste livro".
Apocalipse 22.14: "Bem-aventurados aqueles que lavam suas
vestiduras (no sangue do Cordeiro)...”
Apocalipse 14.13"Então,
ouvi uma voz do céu, dizendo: Escreve: Bem-aventurados os mortos que, desde
agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas
fadigas, pois as suas obras os acompanham".
Este último texto (Ap. 14.13) mostra-nos
a verdadeira espiritual de alguém que morre no senhor. Com base neste texto
veremos sobre “AS RAZÕES PELAS QUAIS OS QUE MORREM NO SENHOR SÃO CONSIDERADOS BEM
AVENTURADOS”.
EM PRIMEIRO LUGAR - Os que morrem no Senhor são bem aventurados porque MORRERAM
“NO SENHOR”
Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor
Observe
a “perspicuidade” da bíblia: “Bem-aventurados
os mortos”, sim, MAS, somente
aqueles que “morreram no Senhor”.
O apóstolo Paulo fala a respeito
de uma ligação entre os crentes e Cristo; uma “União Mística”. O crente é unido
a Cristo. Esta frase “em Cristo” e suas variantes, aparecem pelo menos 164
VEZES em suas cartas. James Stuart
escreveu: “Vem crescendo consistentemente
dentro de mim a convicção de que a União com Cristo, ao invés da justificação,
eleição ou a escatologia, ou na verdade, ao invés de qualquer outro grande tema
apostólico, é a real chave para entender o pensamento e a experiência de Paulo”
e ele diz mais: “Podemos considerar a
doutrina da união com Cristo, não somente como a coluna da religião de Paulo,
mas como também a própria âncora de sua ética”.
João Calvino escreveu: “Enquanto
Cristo permanecer fora de nós, e nós estivermos separados dele, tudo o que ele
sofreu e fez pela salvação da raça humana permanece inútil e sem valor para
nós... Tudo o que Cristo possui é nada para nós até que cresçamos num corpo com
ele” .
Para Paulo, e creio também para
João (o “autor humano” do Apocalipse) estar
unido a Cristo, significa estar identificado intimamente com Cristo; é a vida
de Cristo implantada em mim. Por isso, a bíblia ensina que os crentes
verdadeiros estão em Cristo, ou seja, não há salvação enquanto não formos
feitos um com Cristo e, só permanecemos salvos se permanecermos em Cristo.
Todo aquele que é bem-aventurado
na morte, foi, antes, convertido; morreu na causa de Cristo, em estado de união
com Cristo; esses são achados “em Cristo”
quando chega a morte, por isso são ricos espiritualmente; são benditos do
Senhor; são bem aventurados. O Senhor Jesus se aproximou, e revelou-se a eles,
por sua Palavra (Ef. 1.13), estes ao crerem se tornaram bem-aventurados; estes regozijam-se
no Senhor Jesus; dizem: “considero tudo
como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu
Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para
ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de
lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus,
baseada na fé” (Fp. 3.8,9).
EM SEGUNDO
LUGAR - Os que morrem no Senhor são bem
aventurados porque DESCANSAM DE SUAS FADIGAS
para que descansem das suas fadigas
A
vida aqui sobre a face da terra é, em diversos momentos, comparada a uma
travessia de um deserto (Jr. 2.2; Os. 2.14), noutras vezes, é comparada a uma
longa e estressante corrida (Hb. 12.1, 2 Tm. 4.7); e noutros momentos, é
comprada a um violento e cansativo campo de batalha (2Tm. 4.7).
Chegou
a hora a hora em que “vovó MARIANA” encostou a espada, inicio o descanso, e “RECEBEU
A COROA DA VIDA”.
A
morte para o crente é comparada a um sono, no sentido de que aquele que morreu
no Senhor encontra-se agora, como alguém que dorme (1 Ts. 4.13); em descanso (Lc.
15.14), em repouso.
Quantas
vezes, vovó Mariana, em suas preocupações me pediu (externando suas
preocupações com seus filhos; algumas dessas “crianças” já têm mais de 70 anos):
“Pastor, ora comigo, pelo Elias...; Pastor,
ora comigo por Carlinhos...; Pastor, ora comigo por João...”
Acabaram-se
as preocupações; acabou o cansaço, acabaram-se as fadigas... É tão ridículo pensar
que no céu haverá preocupação!! Há religiões que crêem que a “comunhão dos
santos” se estende até após a vida terrenal; sendo assim, os justos nos céus
passarão por sofrimento, e intercederão
pelos que estão, em sofrimento, aqui da terra... NÃO!! Apocalipse 21.4 registra
que Deus “lhes enxugará dos olhos toda
lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor,
porque as primeiras coisas passaram” (Ap. 21.4).
No
inferno, sim, ali haverá preocupação, angústia, e até intercessão sincera (mas
não respondida) em favor deles próprios, e daqueles seus parentes que estiverem
vivos (Lc. 16.23-31); é também, por isso, que o inferno é comparado com lugar
de tormento, de dor, de abandono, de fogo, fadiga, e calor intenso..., mas, no
céu, não; ali só haverá repouso (Lc. 16.22); as tristezas e angústias já
cessaram.
No
céu os bem aventurados descansam de todo pecado, de toda tentação, e de toda perseguição.
Ali o mau cessa de atormentá-los; ali os
extenuados estão em repouso e descanso de suas fadigas.
EM TERCEIRO LUGAR - Os que morrem no Senhor são bem aventurados porque AS
SUAS OBRAS OS ACOMPANHAM
pois as
suas obras os acompanham
As
obras dos crentes, dos lavados e remidos no sangue de Cristo, os acompanham;
elas os seguem “a reboque”.
Observe
bem isso; as obras dos crentes não vão adiante deles como títulos, como uma
aquisição, ou como um “direito de propriedade”; não. A salvação não é pelas
obras, ela é pela graça, mediante a fé: “Porque
pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;
não de obras, para que ninguém se glorie” (Ef. 2.8,9). No entanto, Efésios
2.9 registra que “somos feitura dele,
criados em Cristo Jesus para boas obras,
as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”. Assim sendo,
as obras dos crentes os seguem como provas,
como EVIDÊNCIAS da vida de alguém que viveu e, se preciso fosse, também morreu
no Senhor, e pelo Senhor (Ap. 2.2).
É
verdade que não podemos levar desta vida o dinheiro, a fama, e nem mesmo, os
bens. Mas o povo de Deus produz “fruto”
que sobrevive além da morte. Deus se recordará de nosso amor, bondade, e
fidelidade como autenticação daquilo que Ele fez em nós: “Porque Deus não é injusto para ficar
esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com o seu nome,
pois servistes e ainda servis aos
santos” (Hb. 6.10).
Assegure-se
de que seus valores estejam em harmonia com os de Deus e disponha-se hoje a
produzir fruto que perdure para a eternidade. Louvo a Deus, pois, “vovó Mariana”
não morreu como uma velha rabugenta, e ranzinza; que ninguém tolerava, antes,
pelo contrário, ela viveu rodeada de amigos, e parentes, que a amavam. E mais,
ela os influenciou positivamente; filhos, netos, bisnetos, e tataranetos, foram
constantemente alvo de sua simplicidade, humildade e devoção incontestável a
Cristo.
Com
mais 100 anos de idade era membro da SAF (Sociedade Auxiliadora Feminina da
Igreja Presbiteriana do Brasil); ia regularmente às visitas; ela era aluna
assídua da Escola Bíblica Dominical; e, mesmo com as forças debilitantes,
testemunhou vindo aos cultos; enxergávamos essa irmã cantando todos os corinhos
“de pé”, e todos os hinos, enquanto as forças eram possíveis. Como diz a
escritura, morreu “em ditosa velhice”; vivenciou
uma vida completa e realizada.
EM QUARTO LUGAR - Os que morrem no Senhor são bem aventurados porque A PROMESSA
DA BEM AVENTURANÇA É AUTENTICADA PELO ESPÍRITO SANTO
“Então, ouvi
uma voz do céu, dizendo: Escreve:
Bem-aventurados os mortos que, desde
agora, morrem no Senhor. Sim, diz o
Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os
acompanham
Observe
três elementos que exaltam a certeza da promessa com base numa lisura, numa
credibilidade absoluta: 1) Foi uma voz “ouvida
do céu” (não foi algo “contaminado”,
ou “aqui de baixo” – compare com Tg 1.17, com Jo. 8.23, e com Tg. 3.15); 2)
Essa voz disse “escreve” - Tudo o que está escrito é mais durável,
e menos passível de ser corrompido, do que aquilo que é somente falado “boca a
boca” e se perde “no vento”; 3) Observe que há uma reafirmação desta
promessa pela própria Divindade (a 3ª pessoa da Trindade): “Sim, diz o Espírito”. Essas são as
palavras ecoadas através do Espírito Santo.
O
Espírito santo é chamado na bíblia de o “Espírito
da verdade”; ele é aquele que nos direciona; “nos guia a toda verdade” (Jo. 16.13). Este, o Espírito Santo, é a
garantia; “o penhor de nossa Salvação”
(Ef. 1.13,14).
É
a voz do Espírito Santo, que, do céu mandou João escrever, e com isso garantiu,
referendou, autenticou que “aqueles que morrem em união com Cristo são bem aventurados”.
Tal promessa não é uma ilusão, é uma certeza; é uma verdade absoluta, pois, foi
autenticada pelo próprio Espírito Santo.
Creio
que você que está lendo este post tem
percebido que o homem engana; a palavra do homem é falha. Se fosse eu (Valdemir)
falando, ou prefeito de sua cidade; ou mesmo, o juiz Sérgio Moro, você poderia
abrir a possibilidade de ser enganado; tal promessa poderia ser um embuste, uma
fraude.
Mas,
o texto bíblico nos garante que a garantia dessa promessa não é aqui “de baixo”,
é “de cima”, é celestial; não é ilusória, não é humana, é espiritual; tal
promessa procede não dos lábios de autoridade humana alguma, mas dos lábios do
Deus Espírito Santo: “seja Deus verdadeiro, e mentiroso todo homem” (Rm. 3.4),
“quem fez essa promessa é fiel” (Hb. 10.23).
Então
não se desespere, se algum parente seu morreu “no Senhor”; como Lázaro (Lc.
16.22,23), ele está usufruindo da bem aventurança eterna; ele está, agora,
“hoje mesmo” (Lc. 23.43) na presença do Senhor. Quem garante isso, é o Espírito
Santo.
CONCLUSÃO
A morte para o cristão, não é
expectativa de eterna perdição. É a sublime BEM-AVENTURANÇA outorgada pela
Graça de Deus, é a expectativa de eternidade com Deus.
Creio que até por isso, já desde os tempos do
Antigo Testamento, o salmista já declarara: “Preciosa é aos olhos do SENHOR a morte dos seus santos” (Sl
116.15).
Se você não é em aventurado,
entregue-se, a Jesus, neste dia, e passe a pertencer à galeria dos bem aventurados
do Senhor.
Encerro esta mensagem com a
transcrição do hino que a irmã Maria Forte Bueno Forte mais amava (A “vovó Mariana” com 102 anos e 18 dias,
partiu para a “bem aventurança eterna” neste dia 20/03/2017):
Por
tudo o que Tens feito
Por
tudo o que Vais fazer
Por
Tuas promessas e tudo o que És
Eu
quero Te agradecer
Com
todo o meu ser
Te
agradeço, meu Senhor; te agradeço, meu Senhor
Te
agradeço por me libertar e salvar
Por
ter morrido em meu lugar
Te
agradeço
Jesus,
te agradeço
Eu
te agradeço
Te
agradeço
*Sermão que preguei no culto com ofício de nossa irmã Maria Forte Bueno
Kobi (a vovó Mariana - que faleceu nesta segunda feira, 20/03/2017, com 102
anos e 18 dias).
Nossos mais sinceros sentimentos a toda família Kobi.
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