sábado, 26 de novembro de 2011

OS PASTORES CONSERVADORES E SUAS IGREJAS MINÚSCULAS (2ª PARTE)

Segue a Segunda Parte desta reflexão que mexido muito comigo ultimamente e me constrangido a rever minhas estratégias, bem como minha dinâmica ministerial. Este excelente artigo foi escrito pelo Reverendo Dr. Augustus Nicodemus, talvez a maior autoridade teológica da nossa amada IPB, em nossos dias. Vale a pena lê-lo, relê-lo com humildade e revermos nossos investimentos em evangelização e mesmo a maneira como nos posicionamos frente àquilo que muitas vezes denominamos tradição. As partes em negrito foram destacadas por mim:


Dez Motivos pelos quais Pastores Conservadores Costumam ter Igrejas Minúsculas


6. Os crentes fiéis que estão nas igrejas já por muitos e muitos anos também precisam de alimento e pastoreio. Que Deus me livre de desprezá-los. Sei que Deus pode chamar alguém para o ministério de consolar e confortar crentes antigos durante anos a fio, igreja pequena após igreja pequena. Mas vejo essa vocação como apenas uma pequena parte do ministério pastoral, quase uma exceção. O que me assusta é ver que essa exceção tem se tornado praticamente a regra no arraial conservador e reformado. Será que Deus predestinou as igrejas conservadoras e reformadas para serem doutrinariamente corretas mas minúsculas, e as outras para crescerem apesar da teologia e metodologia erradas? Será que ele não tem vocacionado os conservadores para serem ganhadores de almas, evangelistas, plantadores de igrejas e expansores do Reino? Será que a vocação padrão do pastor conservador é de ministrar a igrejas minúsculas ano após ano, sem nunca conhecer períodos de refrigério e grande crescimento no número de membros? Será que quando um pastor, que era um evangelista ardente, se torna reformado, sempre vai virar teólogo e professor?

7. O que mais me assusta é que tem pastores reformados que se orgulham de ter igrejas nanicas! “Muitos são chamados e poucos escolhidos”, recitam com satisfação. Orgulham-se de serem do movimento do “esvaziamento bíblico”, em vez do “avivamento bíblico”! Dizem: “os verdadeiros crentes são poucos. Prefiro uma igreja pequena de qualidade do que uma enorme cheia de gente interesseira e superficial”. Bom, se eu tivesse que escolher entre as duas coisas talvez preferisse a pequena mesmo. Mas, por que tem que ser uma escolha? Não podemos ter igrejas reformadas cheias de gente que está ali pelos motivos certos? Eu sei que a qualidade sempre diminui a quantidade, mas será que tanto assim?

8. Nós, pastores reformados em geral, temos a tendência de considerar a sã doutrina o foco mais importante da vida da Igreja. Portanto, muitos de nós passam seu ministério inteiro doutrinando e redoutrinando seu povo nos pontos fundamentais da doutrina cristã reformada. Pouca atenção dão para outros pontos igualmente importantes: espiritualidade bíblica, vida de oração, evangelismo consciente e determinado e planejado. Acho que uma coisa não exclui a outra. Aliás, creio que a doutrinação bíblica sempre será evangelística, e que o evangelismo bíblico é sempre doutrinário. “Pregação”, disse Spurgeon, “é teologia saindo de lábios quentes”.

9. Alguns pastores reformados ficam tão presos pela doutrina da depravação total que não sabem mais como convidar pecadores a crerem em Jesus Cristo. Temos medo de parecer arminianos se ao final da mensagem convidarmos os pecadores a receberem a Cristo pela fé, ou mesmo se, durante a pregação, pressionarmos as pessoas a tomarem uma decisão. O fantasma de Finney, o presbiteriano criador do sistema de apelos, assombra e atormenta os pregadores reformados, que chegam ao final da mensagem e não sabem como aplicá-la aos pecadores presentes sem parecer que estão fazendo apelação. Ficam com receio de parecerem pentecostais se durante a pregação falarem de forma mais coloquial, falar de forma direta às pessoas, se emocionarem ou ficarem fervorosos, ou mesmo se gesticularem demais e andarem no púlpito. Acho que se os pregadores reformados parecessem mais humanos e naturais, mais à vontade nos púlpitos, despertariam maior interesse das pessoas.

10. Creio, por fim, que ao reagirem contra os excessos do pentecostalismo quanto ao Espírito Santo, muitos reformados ficaram com receio de orar demais, se emocionar demais, jejuar, fazer noites de vigília, pregar nas praças e ruas e de pedirem a Deus que conceda um grande avivamento espiritual em suas igrejas. Só tem uma coisa da qual os reformados têm mais medo do que parecer arminianos, que é parecer pentecostais. Aí, jogamos fora não somente a água suja da banheira, mas menino e tudo! Acho que se houvesse mais oração e clamor a Deus por um legítimo despertamento espiritual, veríamos a diferença.

Pedi a alguns amigos meus, reformados, que criticassem esse post, antes de publicá-lo. Um deles me escreveu: “Gostei mesmo. Me irrita o espírito de ’seita sitiada’ tão comum em nosso meio [reformado]; a idéia de que a vocação da igreja é defender uma fortaleza. Somos rápidos para criticar, mas tão tardos em propor alternativas”. Acho que ele resumiu muito bem o ponto.

Não tenho respostas prontas nem soluções elaboradas para o nanismo eclesiástico. Todavia, creio que passa por um genuíno quebrantamento espiritual entre os pastores, que nos humilhe diante de Deus, nos leve a sondar nossa vida e ministério, a renovar nossos compromissos pastorais, a buscar a plenitude do Espírito Santo e a buscar a Sua glória acima de tudo.

Augustus Nicodemus Lopes
Pastor Presbiteriano - Doutor em Teologia
Chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

OS PASTORES CONSERVADORES E SUAS IGREJAS MINÚSCULAS (1ª PARTE)

Mexeu muito comigo este excelente artigo escrito pelo Reverendo Dr. Augustus Nicodemus, talvez a maior autoridade teológica da nossa amada IPB, em nossos dias. Vale a pena lê-lo, relê-lo com humildade e revermos nossos investimentos em evangelização e mesmo a maneira como nos posicionamos frente àquilo que muitas vezes denominamos tradição. As partes em negrito foram destacadas por mim:

Dez Motivos pelos quais Pastores Conservadores Costumam ter Igrejas Minúsculas

Sei que há exceções, mas elas não são muitas. A regra é que, aqui no Brasil, pastores e pregadores mais conservadores e reformados pastoreiam igrejas pequenas, entre 80 a 150 membros. Esse fato é notório e não poucas vezes tem sido usado como crítica contra a doutrina reformada. Se ela é bíblica, boa e correta, porque os seus defensores não conseguem convencer as pessoas disso? Por que suas igrejas são pouco freqüentadas, não têm envolvimento missionário, não evangelizam, não crescem e têm poucos jovens?

Como eu disse, há exceções. Conheço igrejas reformadas que são dinâmicas, crescentes, grandes, evangelizadoras e missionárias. Conheço também outras menores, que crescem não pelo aumento do número de membros na sede, mas pela plantação de outras igrejas. Quando eu digo “igrejas minúsculas” refiro-me não somente ao tamanho, mas à visão, ao envolvimento na evangelização e missões e à diferença que fazem. Tenho em mente as igrejas que se arrastam na rotina de seus trabalhos, ensaios e cultos há dezenas de anos, sempre do mesmo tamanho diminuto, sem que gente nova chegue para fazer a diferença.

Consciente de que há igrejas reformadas grandes e crescentes, mas também consciente das muitas pequenas que não crescem faz muito tempo, em nenhum sentido, eu faria os seguintes comentários nesse post, que bem poderia ser intitulado de “Navalha na Carne”:

1. Infelizmente, ao rejeitar a idéia de que em termos de crescimento de igrejas os números não dizem tudo, muitos de nós, reformados, nos esquecemos de que eles, todavia, dizem alguma coisa. Podemos aceitar que está tudo bem e tudo certo com uma igreja local que cresceu apenas 1% nos últimos anos, crescimento em muito inferior ao crescimento da população brasileira e do crescimento de outras igrejas evangélicas? Especialmente em se tratando de uma igreja em um país onde os evangélicos não são perseguidos pelo Estado e as oportunidades estão escancaradas diante de nós?

2. Igualmente infeliz é a postura de justificar o tamanho minúsculo com o argumento da soberania de Deus. É evidente que, como reformado, creio que é Deus quem dá o crescimento. Creio, também, que antes de colocar a culpa em Deus, nós, pastores reformados, deveríamos fazer algumas perguntas básicas: nossa igreja está bem localizada? O culto é acolhedor e convidativo? A igreja tem desenvolvido esforços consistentes e freqüentes para ganhar novos membros? A pregação tem como objetivo direto converter pecadores? A pregação é inteligível para algum descrente que por acaso esteja ali? Os membros da igreja estão possuídos de espírito evangelístico? Existe oração na igreja em favor da conversão de pecadores e crescimento do número de membros? Creio que muitos pastores reformados colocam cedo demais a responsabilidade do tamanho de suas igrejas em Deus, antes de fazer o dever de casa.

3. É triste perceber que, em muitos casos, a soberania de Deus é usada como desculpa para não se fazer absolutamente nada em termos de esforço consciente para ganhar pessoas para Cristo. Que motivos Deus teria para querer que as igrejas reformadas fossem pequenas e que os anos se passem sem que novos membros sejam adicionados pelo batismo? Que motivos secretos levariam o Deus que nos mandou pregar o Evangelho a todo o mundo impedir que as igrejas locais reformadas cresçam em um país livre, onde a pregação é feita em todo lugar e onde outras igrejas evangélicas estão crescendo vertiginosamente? Penso que o problema da naniquice não está em Deus, mas em nós. Ai de nós, porque além de não crescermos, ainda culpamos a Deus por isso!

4. É verdade que muitas igrejas evangélicas crescem usando estratégias e metodologias questionáveis. Especialmente aquelas da teologia da prosperidade, que atraem as pessoas com promessas de bênçãos materiais e curas que não podem cumprir. Todavia, criticar o tamanho dessas igrejas e apontar seus erros teológicos e metodológicos não nos justifica por termos igrejas minúsculas. O que nos impede de termos igrejas grandes usando os métodos certos?

5. O problema com muitos de nós, pastores conservadores e reformados, é que não estamos abertos para mudanças e adaptações, nos cultos, nas atitudes e posturas, por menores que sejam, que poderiam dar uma cara mais simpática à igreja. Ser simpático, acolhedor, convidativo, atraente, interessante não é pecado e nem vai contra as confissões reformadas e a tradição puritana. Igrejas sisudas com cultos enfadonhos nunca foram o ideal reformado de igreja. Pastores reformados deveriam estar pensando em como fazer sua igreja crescer, em vez de se resignarem e racionalizarem em suas mentes que ter uma igreja pequena é OK.

CONTINUA... BREVE POSTO A SEGUNDA PARTE - AGUARDE...

sábado, 12 de novembro de 2011

O ESPÍRITO SANTO E A ORAÇÃO (II)

“com toda oração e súplica, orando em todo tempo NO Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos” - Efésios 6:18


I – APRENDENDO A ORAR

O apóstolo Paulo, e os discípulos de Jesus admitiram que “não sabemos orar como convém” (Rm 8:26; Lc. 11:1). Pense nisso: Jesus não ensinou seus discípulos a pregar, mas os ensinou a orar.

1. Devemos Orar Dirigidos a Deus Pai - Mateus 6.9a: Pai nosso que estás no céu.. Isso não significa que o Espírito Santo, ou o Filho, não participem, ou não respondam oração. É somente uma questão de “direcionamento” em nossa oração.

2. Devemos Orar Em Nome do Deus Filho - Jesus é nosso único Mediador. João 16.23, diz: “Se pedirdes alguma coisa ao Pai , Ele a concederá em meu nome”.

3- Devemos Orar Na DEPENDÊNCIA, NA CONSCIÊNCIA, NA UNÇÃO do Deus Espírito Santo – Ele é quem nos impulsiona a orar de acordo com a vontade Deus; nos orienta (Jo.16.13), e nos assiste em nossa fraqueza (Rm.8.26).

II – A VARIEDADE DA ORAÇÃO – “Toda oração e súplica

Uma oração pode conter todos, um, ou alguns destes elementos citados abaixo:

1. ORAÇÃO DE ADORAÇÃO - Inicie c/ uma expressão de amor a Deus e reconhecimento de Sua natureza. Fixe os olhos no Seu caráter Ap.7.11 e 12;Sl.95.6

2. ORAÇÃO DE CONFISSÃO - Reconheça a grandiosidade da perfeição de Deus que confronta a nossa natureza pecaminosa (Is 6:1-5; Sl. 32.3,4). O pecado deve ser admitido, nomeado, confessado e abandonado.

3. ORAÇÃO DE LOUVOR - Reconheça os poderosos feitos do senhor. Fixe os olhos nas mãos do Senhor e Seus feitos – Sl.34.1;Sl. 92.1- 5; 145.1-7.

4. ORAÇÃO DE AÇÕES DE GRAÇAS - Agradeça a Deus por Seus feitos. Devemos no apresentarmos diante dEle com gratidão - Sl. 103.1-22.

5. ORAÇÃO DE CONSAGRAÇÃO - Consagrar é dedicar afetuosamente. Dedicamos a Ele nossa vida, algo, ou alguém, num desejo submisso ver cumprida a Sua vontade (Ex. 32.29). Estude a história de Ana (1 Sa. 1:11,20)

6. ORAÇÃO DE CLAMOR - Envolve grande emoção e fervor por algo genuíno, útil, que é como uma paixão que nos consome — Gn. 30:1; 1 Sa. 1:10.

7. ORAÇÃO DE ENTREGA (RENÚNCIA) - É uma transferência de fardos. Sujeite ao Senhor suas preocupações, angustias, incertezas... I Pe. 5.7

8. ORAÇÃO DE INTERCESSÃO - O foco é o outro. I Tm. 2.1 a 4; Jó 42:10

9. ORAÇÃO DE PETIÇÃO - Deus tem prazer em nos atender (Sl 37:4). Mas, observe Mateus 6:33. Ore por suas necessidades, e sonhos. Mc. 11.24.

10. ORAÇÃO DE GUERRA - É muito específica. Pode ser profética. Declare sua fé; sua ousadia, e confiança na resposta, baseada no caráter de Deus e nas promessas de sua Palavra. Repreenda o mal, assuma sua posição de autoridade, de filho de Deus (At. 16:17,19; Jó 19:25)

Toda essa variedade da oração deve ser feita NO Espírito, dirigida a Deus Pai; e obviamente na mediação de nosso Senhor Jesus Cristo (1 Tm 2:5); senão serão simplesmente “grunhidos” soltos ao ar.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O ESPÍRITO SANTO E A ORAÇÃO (I)

com toda oração e súplica, orando em todo tempo NO Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos” Efésios 6:18

A bíblia menciona “orar NO Espírito” por 03 vezes:
A) 1 Coríntios 14:15 diz: “Que farei, pois? Orarei com (NO) o espírito, mas também orarei com a mente”;
B) Efésios 6:18: “com toda oração e súplica, orando em todo tempo NO Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os santos”;
C) Judas 20 diz: “Vós, porém, amados, edificando-vos na vossa fé santíssima, orando NO Espírito Santo”.

Mas, no todo, a bíblia também faz referência a pelo menos 06 coisas que se faz NO Espírito:
1- EXULTAR NO Espírito (Lc. 10:21);
2- FAZER a própria Consciência TESTEMUNHAR NO Espírito (Rm 9:1);
3- TER ACESSO a Deus NO Espírito (Ef. 2:18);
4- AMAR NO Espírito (Cl. 1:18);
5- ANDAR NO Espírito (Gl. 5:16);
6- ORAR no Espírito (Jd.20 - Ef. 6:18).

Para entendermos melhor o que é Orar NO ESPÍRITO é necessário retornarmos a Romanos 8:26: “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis”.
Para alguns orar NO Espírito signidfica "orar em línguas"; é tão fraco este argumento que desmerece comentário.
Vejamos: O verbo Assistir (no original grego: sunantilabanomai – significa “ajudar, auxiliar”) é o mesmo verbo utilizado por Marta (Lc. 10:40) quando esta repreende Maria para que venha ajudá-la. Assistir pode significar “com a ajuda de”.
Portanto, “Orar no Espírito” significa orar “no auxílio; com a ajuda, sob a assistência do Espírito Santo”. Mais amplamente significa “Orar sob (debaixo) da liderança, sob a esfera, sob a atmosfera, com a consciência do Espírito Santo”. É orar por coisas que são do interesse do Espírito Santo. Segundo os melhores estudiosos bíblicos (ex. Willian Hendriksen), no momento da oração, o Espírito Santo se une a nós e transforma nossa fraca oração (gemidos, suspiros) numa oração eficaz.

O apóstolo Paulo, e os discípulos de Jesus, admitiram que não sabemos orar como convém (Rm 8:26; Lc. 11:1). Pense nisso: Jesus não ensinou seus discípulos a pregar, mas os ensinou a orar. Nossa oração à parte do Espírito é fraca são como gemidos, grunhidos; daí o Espírito nos assiste (ajuda) em nossa fraqueza.

PORQUE O ESPÍRITO NOS ASSISTE EM NOSSA FRAQUEZA?

1- Nem sempre discernirmos a vontade de Deus p/ orarmos de acordo com ela  - Efésisos 1:11 nos diz que o nosso Deus faz todas as coisas conforme o conselho da Sua sua vontade. Portanto, a oração não muda Deus; muda nós

2- Nem sempre interpretamos as circunstâncias de forma correta - Olhamos para a vida de Jó e interpretamos que as circuntâncias não lhe eram favoráveis; no entanto, depois da enfermidade ele (Jó) diz que antes conhecia a Deus só de ouvir... (Jó 42:5). Ou seja, ele percebeu que aquelas circunstâncias de enfermidade e dor, por mais críticas que fossem, o levaram a um crescimento espiritual.

3- Nem sempre interpretamos o momento correto - Abraão teve que esperar 25 anos (1/4 de século), mas, um pouco antes, chegou a achar que não mais Deus lhe daria um filho (Gn. 15:2-3). A economia divina tem seu momento certo (Kairós); nosso Deus nunca atrasa nem adianta. Precisamos aprender a "Orar NO Espírito"; Paulo diz que não lutava como que desferindo golpes no ar (1Co. 9:26).

4- Nem sempre sabemos o que é melhor para nós - Paulo orou 03 vezes, achava que o melhor para ele é que o espinho saísse de sua carne, mas Deus lhe mostrava que o "melhor"era que ele aprendesse descansar  e confiar em Sua graça (2Co. 12:7-11)

5- Nem sempre oramos com a motivação correta - Tiago nos diz que muitas vezes oramos para esbanjamento em nossos próprios prazeres (Tg 4:3).

6- Nem sempre usamos a postura correta na oração - A postura dos fariseus era de gente que se postava com o fim de ser visto, aplaudido pelo homens (Mt. 6:5), como gente que é "crente de oração". Muitas são as pessoas que querem se PROMOVER por meio da oração.

Por tudo isso é necessário aprendermos a ORAR NO ESPÍRITO.

BREVE POSTAREI A 2ª PARTE DESTE ESTUDO - AGUARDE

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Amy Winehouse e Lula

Amy Winehouse foi encontrada morta. Desconfia-se - e com muita razão - que a causa foi uma overdose. Aos 27 anos, Amy chegou ao fim de uma vida atribulada, marcada por escândalos, internações, sofrimento, fama, riquezas e popularidade.
Como é sabido, ela não é a primeira artista a morrer cedo por causa de drogas (assumindo que foi esta a causa da sua morte). Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Brian Jones, Kurt Kobain... são alguns dos nomes que estão sendo associados ao de Amy, de jovens artistas que morreram por causa de drogas. Não podemos esquecer, ainda que não tão jovens quanto Amy, Elvis Presley, Michael Jackson, Elis Regina.
O que leva pessoas famosas, ricas, populares e idolatradas pelas multidões a seguir um curso de auto-destruição terminando em morte precoce auto-infligida? Pesquisa recente mostrou que os jovens de hoje querem, mais do que serem ricos, serem famosos, aparecer na mídia, serem vistos e conhecidos. Amy Winehouse e todos os outros mencionados acima chegaram lá - e de quebra, ficaram ricos. Não deveriam ser pessoas felizes, alegres, satisfeitas, dedicadas ao trabalho, amantes da vida e de suas coisas boas?
Ao que tudo indica, parece ter faltado algo, alguma coisa que não podia ser comprada por dinheiro e nem substituida pela fama. Será que não se trata daquilo que os cristãos vêm dizendo há séculos, que o ser humano foi feito para a glória de Deus e que a sua alma não encontrará paz até que se satisfaça nele? Será que aqui não encontramos a razão pela qual um dia Jesus Cristo fez aquele convite conhecido?
"Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve" (Mateus 11:28-30). Amy, Elis, Elvis, Janis, Jimi e tantos outros parecem contradizer a recente declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que os ricos já vivem no céu, ironizando com o ensino de Jesus Cristo:
"Bobagem, essa coisa que inventaram que os pobres vão ganhar o reino dos céus. Nós queremos o reino agora, aqui na Terra. Para nós inventaram um slogan que tudo tá no futuro. É mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha do que um rico ir para o céu. O rico já está no céu, aqui. Porque um cara que levanta de manhã todo o dia, come do bom e do melhor, viaja para onde quer, janta do bom e do melhor, passeia, esse já está no céu".
Para estes jovens e ricos artistas a vida, certamente, não parecia ser um céu, mas um verdadeiro inferno, a ponto de não mais se importarem em continuar vivendo. As riquezas não tornam este mundo em céu, Lula. Pelo menos, não para estas pessoas, que entre tantas outras, alcançaram glória humana, riquezas, popularidade e prestígio.
Meu caro Luiz Inácio, O inferno não está ausente na vida das celebridades, dos milionários e dos poderosos. Que o digam as vidas das celebridades marcadas pelos problemas familiares, os divórcios, os escândalos, as drogas, os suicídios. Eu também posso lhe apresentar gente pobre que é feliz, que tem um casamento abençoado, filhos honestos e trabalhadores.
Céu e inferno não se definem em termos de riqueza e pobreza, Lula, e nem em termos de popularidade e anonimato. Amy Winehouse certamente discordaria de suas palavras. E com ela todos aqueles outros jovens de 27 anos, que experimentarm o inferno existencial em suas vidas em meio à riqueza e celebridade. Pois, que outra razão teriam para não mais se importarem consigo mesmos, suas carreiras e as pessoas queridas ao seu redor?
Eu sei que tem celebridades que abusam das drogas, como Keith Richards, e que já vão com 80 anos de idade. Mas Amy e outros não conseguiram superar as angústias, perguntas, questionamentos, e o desespero que batem na porta de todos - inclusive dos ricos e dos famosos.
Adeus, Amy. Lamento muito mesmo sua morte.
Boa noite, Lula. Espero que o que aconteceu com Amy lhe leve, no futuro, a ponderar suas palavras quando for comentar assuntos que extrapolam as categorias de pobreza e riqueza, política e governo.
Rev. Augustus Nicodemos Lopes