quinta-feira, 25 de novembro de 2010

AS EVIDÊNCIAS DO GENUÍNO EVANGELHO - PARTE 1/3

Esta é a Primeira Parte do Sermão que pregarei no Congressso da Federação de SAF`S (Sociedade Auxiliadora Feminina) do Presbitério do Caparaó na Igreja Presbiteriana de Irupi (ES) em 27/11/2010. Durante os próximos dias publicarei as outras duas partes do sermão.

19b Estou crucificado com Cristo; 20ª logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim (Gl. 2:19,20)

Durante os últimos 3 meses em nossa igreja estamos estudando sobre um tema: Vivenciando os Propósitos do Senhor. O nosso Deus é um Deus de Propósitos, de objetivos claros específicos. E um dos propósitos do Senhor para com os seus servos é que os mesmos usufruam daquilo que é chamado de "vida abundante, vida em plenitude"; uma vida superlativa. Uma olhada superficial no quadro evangélico de nosso país nos últimos 20 anos nos dá a impressão de que mais do que nunca os crentes estão começando a viver esse paradigma de vida. No entanto, meus irmãos, quanto mais eu faço uma leitura um pouco mais cuidadosa daquilo que tem acontecido em nosso país em termos de avanço evangélico mais eu passo a concordar com um grade pregador no passado que disse que os evangélicos do Brasil, de uma maneira geral se assemelham a um “grande e largo rio, porém com muito pouca profundidade”.
A cada dia que passo estou mais e mais convencido de que estamos vivendo na verdade uma caricatura, uma distorção do genuíno evangelho. Paulo nos fala aqui mesmo nesta carta aos Gálatas (1:8,9) de um outro evangelho: “ainda que nós ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema. Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema”.
Há poucos dias fui a uma festa de aniversário de uma das crianças de nossa igreja e me veio à mente que o tipo de evangelho que temos visto no Brasil é evangelho Algodão Doce. Algo que é açucarado; não custa caro, que atrai crianças e idosos, mas que não provoca mudanças concretas, aferíveis, substanciais; de dentro para fora. Na comparação que Jesus faz, o Reino de Deus se assemelha ao fermentto introduzido na massa (Mt. 13:33), que, a despeito de sua pouca quantidade, leveda, transforma toda a massa "de dentro para fora". Já o "nosso" evangelho não satisfaz as exigências nem de Deus e nem dos homens, os quais estão mais sedentos, mais necessitados do que nunca; cada vez mais apinhando os consultório de psicólogos, psiquiatras e psicoterapeuas. Fazer o que, né? É o evangelho algodoão doce; um evangelho que, quando se espreme com as mãos, pouco resta a não ser um punhadinho de açúcar.
O que temos ouvido em boa parte dos púlpitos são sermões e mensagens vazias, humanistas, mensagens de auto-ajuda e não uma genuína exposição bíblica. Na verdade o povo sequer está preparado para uma exposição bíblica séria. Dá comichão mos ouvidos. Temos ouvido muita gritaria e percebido muito pouco poder. Temos visto muita histeria mas, muito pouca transformação de vida.
Daí a importância do tema que nossa SAF (Sociedade Auxiliadora Feminina) para este quadriênio ser extremamente pertinente: Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim.
Meus irmãos o texto de Gálatas 2:19,20 nos conduz de novo à essência do genuíno evangelho, o evanglho não falsificado, puro, não misturado. Nestas breves palavras o apóstolo Paulo resume 3 características que evidenciam o genuíno evangelho. Vejamos quais são:

1- O Genuíno Evangelho é Caracterizado pela Crucificação (Morte) da Velha Natureza (Adão)
19b Estou crucificado com Cristo
Qualquer judeu e qualquer romano sabia muito bem o que era uma crucificação. Jesus não foi o primeiro, nem o último a ser crucificado. Tão horrenda era a crucificação que um cidadão romano por pior que fosse não poderia morrer deste tipo de morte; os romanos utilizavam esse tipo de castigo aos seus piores inimigos com fim de expô-los à vexação, ignomínia, à vergonha, à humilhação. Quando alguém colocava uma cruz sobre os ombros e cruzava as ruas, todos sabiam que ali ia alguém para um caminho sem volta, sem retorno; essa pessoa havia perdido o direito de existir. Os sofrimentos eram terríveis; às vezes a pessoa passava dias agonizando pregado na cruz e apodrecendo aos poucos. Os olhos eram primeiras partes eram que eram comidas pelos pássaros (corvos); depois vinham cães e feras. Quando a pessoa resistia mais de 8 dias, com uma marreta emigalhavam  as pernas e os joelhos do crucificado para apressar a morte.
Paulo diz “estou crucificado com Cristo”. Meus irmãos, o evangelho são as boas novas de salvação. Mas a manifestação da nova vida tem sua origem na morte. E o tempo verbal na língua grega (perfeito) do trás a idéia de "fui crucificado de uma vez por todas". Morri; é um caminho sem volta. Não há manifestação do “novo” sem a morte do “velho”.
O Genuíno Evangelho é Caracterizado pela Crucificação (pela Morte) da Velha Natureza em Adão. Significa que estou definitivamente, completamente morto para o poder, para a subserviência ao pecado, para velha natureza. Paulo diz que quando Cristo morreu ali na cruz, nós também morremos com ele. Identificamo-nos com a sua morte. Na verdade Paulo vai até mais além; ele diz em Romanos 6:4 que fomos “sepultados com ele na morte pelo batismo”. Aos Coríntios (2 Co. 5:17), ele diz "se alguém está em Cristo é nova criatura; as coisas antigas JÁ passaram"... É um rompimento definitivo com tudo aquilo que nos ligava à Adão, à velha natureza.
O genuíno Evangelho tem seu nascedouro na morte. Meus irmãos, não me tenham por moralista, por santarrão ou por fariseu; o que estou falando é que o genuíno evangelho não é isso que temos ouvido ultimamente em muitos dos nossos púlpitos. Mas também (talvez ate por conseqüência), o genuíno evangelho não é o que temos observado no comportamento de muitos crentes ultimamente. Não ouvimos de um evangelho de renúncia: quer vir após mim? tome a sua cruz.
O genuíno evangelho é a assimilação da cruz. Mas, o que tem de gente envolvida com prostituição pela internet (ou infernet?!)... O que vemos de banalização do sagrado (há poucos dias aqui em Itaipava teve a “Cristoteca” – meu Deus o que, que é isso??). O Brasil ficou estarrecido quando vimos alguém que se dizia evangélico participando de extorsão/corrupção e fazendo oração por seu companheiro de corrupção. O que tem de jovens que se casam tendo vida sexual ativa e outras já grávidas; e a quantidade de rapazes que estão envolvidos com as drogas? Eu me assustei com o número de gente que não se casa em nossa região... simplismente resolvem "morar junto...". Hoje em dia se fala mais em "ficar", e já criaram o tal do "manorido". Assustei-me com o número de meninas que completam 14 anos e os pais já permitem ter vida sexual ativa; estas já querem se "ajuntar" com qualquer um... O que, que é isso, gente? Preguei duramente contra essas coisas e me "pediram", que me calasse, a igreja podia esvaziar...  tinha gente que não estava gostando....
O que tem de gente fofoqueira, intriguenta, espalhadora de boatos, de contendas, crente enrolado (gente que só paga as contas de água atrasada). Gente que promete e não cumpre... meu Deus...
Eu estou crucificado. Significa que estou morto. O genuíno evangelho nasce com a morte para essas coisas. Morto para esse mundo, morto para o pecado. Paulo nos diz em Romanos 6:6: “sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos”. Romanos 6:10,11: “Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus; assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus ”. Romanos 8:10: “Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado” .
Posso viver na contramão da história; não tenho necessidades de me adequar a algum sistema de valores mundanos; não tenho mais vergonha; a cruz já me fez vencer toda humilhação; estou morto com Cristo. O caminho da morte é um caminho sem volta!
CONTINUA...

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