quinta-feira, 21 de junho de 2018

A SUFICIÊNCIA DOS RECURSOS DIVINOS

“Levantou-se, pois, comeu e bebeu; e, com a força daquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até Horebe, o monte de Deus” (1Re. 19.8).

Os estudiosos espantam-se com este texto. Anteriormente, Elias estivera debaixo do pé de zimbro, cabisbaixo; ali, chegou a pedir a morte para si (1Re.19.4). Mas, agora, caminha entre 250 e 400 quilômetros, ininterruptamente. Que tipo de “energético” teria o Senhor dado a Elias?
Se observamos o contexto próximo (1Re. 19.4-8) veremos 3 coisas: 1) Um anjo do Senhor disse a Elias que ele teria, à frente, uma “caminhada longa” (1 Re. 19.7); 2) O Senhor não deu a Elias outra coisa senão “pão e água” (19.6); 3) Elias caminhou quarenta dias e quarenta noites, até Horebe (entre 250 e 400 quilômetros), com a força “daquela comida” (pão e água – 1Re. 19.8). Não havia nada de extraordinário na comida de Elias, a não ser que “aquela comida” veio das mãos de Deus. Eis o ensino da suficiência dos recursos divinos!
A bíblia está repleta desse ensinamento. Os recursos divinos, mesmo que às vezes pareçam-nos simples, frágeis, e até inadequados (Jo. 6.9, 1Sa. 17.40), possuem, inerentemente, um poder enorme; com eles “chegamos muito mais longe” do que podemos imaginar! Daniel e seus amigos, ao final de 10 dias, comendo apenas legumes, e bebendo somente água, encontravam-se “mais robustos do que todos os jovens” (Dn. 1.15), e na conclusão de etapa preparatória, “em toda matéria de sabedoria e de inteligência sobre que o rei lhes fez perguntas, os achou dez vezes mais doutos do que todos os magos e encantadores que havia em todo o seu reino” (Dn. 1.20).
Espanta-me que os cristãos modernos (especialmente os pastores) tenham desaprendido essa verdade. Encontro-me, como Paulo, perplexo (Gl. 3.1,2). São muitos os que, na atual igreja evangélica, à luz dos crentes da Galácia, “tendo começado no Espírito, estão, agora, se aperfeiçoando na carne” (Gl. 3.3). O que ensinam é tão somente aquele “outro evangelho”, do qual Paulo nos advertiu (Gl 1.6-9).
Não precisamos de técnicas mirabolantes, recursos humanos, ou métodos, e estratégias psicológicas, manipulativas, e emocionalistas, para ganharmos pecadores a Cristo. Não! Paulo disse que “o evangelho é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm. 1.17), e que “aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação” (1Co. 1.21). Disse mais, que as palavras da escritura “podem nos tornar sábios para salvação pela fé, em Cristo Jesus” (2 Tm. 3.15), afinal, “toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Tm. 3.16,17). Preguemos a Palavra, e somente a Palavra (2Tm. 4.2), no poder, e na dependência do Espírito Santo; e os pecadores virão a Cristo (Jo. 16.7,8).
Os genuínos pregadores do evangelho são aqueles que estão convencidos que só têm, diante dos homens, empedernidos, insensíveis, e rebeldes para com as realidades espirituais, as boas novas do evangelho. Se alguém não for salvo pelas verdades do evangelho, não será por mais nada! Confiemos nos recursos divinos, eles nos levam “muito mais longe” do que podemos imaginar. Paulo, o apóstolo, disse: “Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes; e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1 Co. 1.26-29). Paulo, ainda disse: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus” (1Co. 2.4,5).

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