“... um dos serafins voou para mim ...” (Is. 6.6)
Após contemplar a glória de Deus (Is. 6.1) o profeta Isaías
disse “Ai de mim! Estou perdido...;” no entanto, algo inusitado acontece; o
texto diz que “... um dos serafins
voou para mim...” (v.6); isso é
maravilhoso!
Os Serafins (seres
angelicais) estavam “por cima” do
Senhor (Is. 6.1); o Senhor estava no seu
trono. Um dos serafins deslocou-se de onde estava (trono), e foi em direção a
Isaías. Este movimento angelical refere-se à Graça de Deus, que, semelhante ao
brilho do sol percorre o espaço e chega à terra. A Graça procedente do próprio
Deus vem em direção ao homem; não fomos em direção a Deus, Ele veio em direção
a nós.
O texto descreve que este serafim trouxe uma brasa vida do
altar; o resultado foi (7) “com a
brasa tocou a minha boca”. O
comentarista bíblico Matthew Henry aplica a ideia de “brasa viva” como sendo a
obra expiatória de Cristo que produz o perdão de pecados e segurança neste
perdão. Queridos, nada é poderoso para limpar os pecados, consolar e fortalecer
a alma, senão aquilo que é procedente da reparação feita por Cristo. É
necessário que o pecado seja retirado para que falemos com confiança e
intrepidez as sublimes verdades do evangelho.
É por isso que ainda há uma sublime verdade, consequencial
do fato do serafim ter voado em direção a Isaías. O texto diz “depois disto” (8), ou seja, depois do pecado ter sido
perdoado, que o próprio Senhor disse: “A quem
enviarei, e quem há de ir por nós?” Se eu
for à sala onde do Culto Infantil e perguntar “Quem quer bala?”, todas as crianças gritarão com muito
entusiasmo “Eu, Tio, eu quero!”. Isaías também disse “eis-me aqui, envia-me a mim” (Is. 6. 8)
Isaías respondeu ao Senhor, com grande alegria, ânimo e
entusiasmo; seu pecado havia sido perdoado (veja o Salmo 51.7-13; 110.2). As
promessas do Senhor são: “ainda que os
vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve;
ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã” (Is. 1.18). Esta sólida segurança dispõe o
profeta, que antes tinha impuros lábios, a proclamar a vontade do Deus
triplamente Santo (Is. 6.3), pois, agora encontrava-se capacitado para proclamar
as Palavras que vêm do Senhor.
O Senhor, em Cristo, desceu do céu e veio em direção a nós.
Ele nos salvou, perdoou todos os nossos pecados (Cl. 2.13), e nos comissionou
para proclamarmos “as virtudes
daquele que nos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz” (1ª Pe 2.9). A reação de Isaías deve ser a
nossa reação diante do perdão que nos é concedido em Cristo Jesus. É provável
que uma das razões da frieza e apatia de muitos crentes, no servir, e no
testemunhar a Cristo, seja o desconhecimento daquilo que já foi feito, em
Cristo, a seu favor. Deus, conscientiza-nos!!
Seminarista Arnon Barcellos Louzada (2ª parte do sermão pregado na
IPCRNS — 02/2016)
Texto adaptado, sem autorização, pelo Rev. Valdemir O. dos
Santos
satélite.
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