Quando o espírito imundo
sai do homem, anda por lugares áridos procurando repouso, porém não encontra.
44 Por isso, diz: Voltarei para minha casa donde saí. E, tendo voltado, a
encontra vazia, varrida e ornamentada. 45 Então, vai e leva consigo outros sete
espíritos, piores do que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado
daquele homem torna-se pior do que o primeiro. Assim também acontecerá a esta
geração perversa
(Mt 12.43-45).
No texto em foco Jesus
está referendando o trabalho dos profetas (desde Moisés até Malaquias). Ele
compara o ofício profético ao longo dos anos com uma limpeza de uma casa que
estava possuída por um demônio. A “casa” (Israel) finalmente estava limpa,
varrida e ornamentada (44)! Ou seja, depois de mais de 2000 anos de ensino, lágrimas,
e clamor dos profetas, finalmente, Israel abandonara a idolatria.
Mas, Jesus vai mais
além. Ornamentação não pode ser o fim, pois, uma casa limpa, varrida e
ornamentada é por deveras perigoso. Jesus diz que o espírito imundo que saiu da
casa “anda por lugares áridos procurando
repouso, porém não encontra (43)... E, tendo voltado, a encontra vazia, varrida
e ornamentada (44). Então, vai e leva consigo outros sete espíritos, piores do
que ele, e, entrando, habitam ali; e o último estado daquele homem torna-se
pior do que o primeiro” (45). Jó 1.7,8 registra esta cena: “Então, perguntou o SENHOR a Satanás: Donde
vens? Satanás respondeu ao SENHOR e disse: De rodear a terra e passear por ela.
8 Perguntou ainda o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó?”.
O problema de Israel
estava na sua não progressão espiritual. Não se deve parar na ornamentação.
Jesus amaldiçoou uma figueira por possuir folhas (ornamento), mas, não frutos
(Mt. 21.19). Depois de limpa
e ornamentada, a casa precisa ser preenchida. Ao rejeitar o Messias Israel atestava que
Cristo não havia sido inserido na casa. Cristianismo é mais do que
ornamentação; é inserção do verbo da vida na casa do nosso coração. João 1.14
diz: “o Verbo se fez carne e “habitou” (“tabernaculou”) entre nós”: a encanação deve também ser
entendida como o Cristo “armando sua tenda”, fazendo morada no meio de nós.
Mas há um outro problema
ainda maior. Casa limpa, varrida e ornamentada, porém não preenchida, é pior do
que casa suja. Se o espírito imundo, ao retornar, encontrar a casa vazia, pode
trazer consigo outros sete espírito imundos piores que ele e “tomarem posse”
dela (45). A inflexibilidade de Israel em relação ao não reconhecimento do
Messias era uma evidência de que o espírito imundo já se apossara da
residência. Talvez lhes fosse melhor, ou, menos pior, que nunca tivessem tido
acesso às verdades que tiveram por meio dos profetas. 2ª Pedro 2.20-22, diz: “Portanto, se, depois de terem escapado das
contaminações do mundo mediante o conhecimento do Senhor e Salvador Jesus
Cristo, se deixam enredar de novo e são vencidos, tornou-se o seu último estado
pior que o primeiro. 21 Pois melhor lhes fora nunca tivessem conhecido o
caminho da justiça do que, após conhecê-lo, volverem para trás, apartando-se do
santo mandamento que lhes fora dado. 22 Com eles aconteceu o que diz certo
adágio verdadeiro: O cão voltou ao seu próprio vômito; e: A porca lavada voltou
a revolver-se no lamaçal.”
O Cristianismo
verdadeiro não é ornamentação, é inserção do Verbo da vida na residência do nosso
coração. Eis uma de nossas maiores chagas: Crentes “casas ornamentadas”. Mentes
cheias de informação, mas, ausência de fogo no coração. Belos discursos no
lábios; ausência de temor nas atitudes. O espírito imundo vagou por lugares
áridos, retornou, e encontrou a casa
vazia. O segundo estado ficou pior que o primeiro. Pérolas foram lançadas aos
porcos... “melhor” lhes teria sido nunca “conhecer”.
*Adaptação da 3ª parte de Sermão pregado por mim (Reverendo Valdemir O. Santos) na igreja Presbiteriana central de Rio Novo do Sul em 26/09/2015.
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