Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa,
como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal,
foi imolado (1 Co 5.7)
Páscoa é uma palavra que quer dizer "passar por
cima", no sentido de "poupar", lembrando a libertação dos
israelitas do jugo egípcio (Êx 12). É umas das três festas em que todo homem
judeu tinha a obrigação de comparecer no santuário (Êx 23.14-17).
Historicamente, a primeira Páscoa está relacionada com a
décima praga - a morte dos primogênitos no Egito. Israel recebeu a ordem de
preparar um cordeiro para cada lar. O sangue devia ser aplicado na verga e nos
umbrais das portas (Êx 12.7). O sangue era o sinal, indicando que o anjo
destruidor "passaria por cima" da casa com aquele sinal, sem
destruí-los. As famílias preparavam o cordeiro e o comiam com pães sem fermento
(pães asmos) e ervas amargas, para lembrarem-se do sofrimento do Egito (Dt
16.3). Se uma família fosse pequena para um cordeiro, deveria convidar outra p/
compartilhar da refeição. Esta experiência deveria ser repetida todos os anos,
como uma forma de instrução as gerações futuras (Êx 12.24-27). Os Judeus
ortodoxos (históricos) ainda comemoram a páscoa, como um memorial.
A Igreja cristã reinterpretou esta festa desde os tempos
primitivos. João, o Batista, identifica Cristo como “o Cordeiro de Deus que
tira o pecado do mundo” (Jo 1:29). João, o evangelista, aplica a expressão
sobre o cordeiro “não levareis fora da casa, nem lhe quebrareis osso
nenhum" (Êx 12.46), à Cristo. Veja: "E isto aconteceu para se cumprir
a Escritura: Nenhum dos seus ossos será quebrado" (Jo 19.36). Já o
apóstolo Paulo, chama Cristo de "nosso Cordeiro pascal (I Co 5.7)”, e
instrui que, tendo o referencial de Cristo como nosso Cordeiro Pascal, devemos
lançar fora "o velho fermento" da maldade e da malícia, e colocar no
lugar dele "os asmos da sinceridade e da verdade (I Co 5.8)”.
Por fim, na Páscoa Cristã comemoramos também nossa
libertação do Egito. Do Egito espiritual. O ponto central da páscoa cristã é a
morte e Ressurreição do nosso Senhor Jesus Cristo. O Pai oferece “Seu Cordeiro”, para nos libertar do
jugo da escravidão, "do império das trevas", e para "nos
transportar para o reino do Filho do seu amor", que pelo seu sacrifício
expiatório, temos n'Ele, em Jesus, "a redenção, a remissão dos
pecados" (Cl 1.13,14).
Ele é o nosso Cordeiro Pascal; nossa verdadeira Páscoa. “Por
isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da
maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade” (1ª Co.
5:8).
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