Em primeiro lugar, a morte de uma Igreja acontece quando ela se aparta da verdade. Algumas Igrejas da Ásia Menor foram ameaçadas pelos falsos mestres e suas heresias. Foi o caso das Igrejas de Pérgamo e Tiatira, que deram guarida à perniciosa doutrina de Balaão e se corromperam tanto na teologia como na ética. Uma Igreja não tem antídoto para resistir à apostasia e à morte quando a verdade é abandonada. Temos visto esses sinais de morte em muitas Igrejas na Europa, América do Norte e também no Brasil. Algumas denominações históricas capitularam-se tanto ao liberalismo como ao misticismo e abandonaram a sã doutrina. O resultado inevitável foi o esvaziamento dessas Igrejas por um lado, ou o seu crescimento numérico por outro, mas um crescimento sem compromisso com a verdade e com a santidade.
Em segundo lugar, a morte de uma Igreja acontece quando ela se mistura com o mundo. A Igreja de Pérgamo estava dividida entre sua fidelidade a Cristo e seu apego ao mundo. A Igreja de Tiatira estava tolerando a imoralidade sexual entre seus membros. Na Igreja de Sardes não havia heresia nem perseguição, mas a maioria dos crentes estava com suas vestiduras contaminadas pelo pecado. Uma Igreja que flerta com o mundo para amá-lo e conformar-se com ele não permanece. Seu candeeiro é apagado e removido.
Em terceiro lugar, a morte de uma Igreja acontece quando ela não discerne sua decadência espiritual. A Igreja de Sardes olhava-se no espelho e dava nota máxima para si mesma, dizendo ser uma Igreja viva, enquanto aos olhos de Cristo já estava morta. A Igreja de Laodicéia considerava-se rica e abastada, quando na verdade era pobre e miserável. O pior doente é aquele que não tem consciência de sua enfermidade. Uma Igreja nunca está tão à beira da morte como quando se vangloria diante de Deus pelas suas pretensas virtudes.
Em quarto lugar, a morte de uma Igreja acontece quando ela não associa a doutrina com a vida. A Igreja de Éfeso foi elogiada por Jesus pelo seu zelo doutrinário, mas foi repreendida por ter abandonado seu primeiro amor. Tinha doutrina, mas não vida; ortodoxia, mas não ortodopraxia; teologia boa, mas não vida piedosa. Jesus ordenou à Igreja a lembrar-se de onde tinha caído, a arrepender-se e a voltar à prática das primeiras obras. Se a doutrina é a base da vida, a vida precisa ser a expressão da doutrina. As duas coisas não podem viver separadas. Uma Igreja viva tem doutrina e vida, ortodoxia e piedade.
Em quinto lugar, a morte de uma Igreja acontece quando lhe falta perseverança no caminho da santidade. As Igrejas de Esmirna e Filadélfia foram elogiadas pelo Senhor e não receberam censura. Mas, num dado momento, nas dobras do futuro, essas Igrejas também se afastaram da verdade e perderam sua relevância. Não basta começar bem, é preciso terminar bem. Falhamos, muitas vezes, em passar o bastão da verdade para a próxima geração. Um recente estudo revela que a terceira geração de uma Igreja já não tem mais o mesmo fervor da primeira geração. É preciso não apenas começar a carreira, mas terminar a carreira e guardar a fé! É tempo de pensarmos: como será nossa Igreja nas próximas gerações? Que tipo de Igreja deixaremos para nossos filhos e netos? Uma Igreja viva ou igreja morta?
Por: Rev. Hernandes Dias Lopes
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