quarta-feira, 31 de agosto de 2011

A MORTE DE UMA IGREJA

As sete Igrejas da Ásia Menor, conhecidas como as Igrejas do Apocalipse, estão mortas. Restam apenas ruínas de um passado glorioso que se foi. As glórias daquele tempo distante estão cobertas de poeira e sepultadas debaixo de pesadas pedras. Hoje, nessa mesma região tem menos de 1% de cristãos. Diante disso, uma pergunta lateja em nossa mente: o que faz uma Igreja morrer? Quais são os sintomas da morte que ameaçam as Igrejas ainda hoje?
Em primeiro lugar, a morte de uma Igreja acontece quando ela se aparta da verdade. Algumas Igrejas da Ásia Menor foram ameaçadas pelos falsos mestres e suas heresias. Foi o caso das Igrejas de Pérgamo e Tiatira, que deram guarida à perniciosa doutrina de Balaão e se corromperam tanto na teologia como na ética. Uma Igreja não tem antídoto para resistir à apostasia e à morte quando a verdade é abandonada. Temos visto esses sinais de morte em muitas Igrejas na Europa, América do Norte e também no Brasil. Algumas denominações históricas capitularam-se tanto ao liberalismo como ao misticismo e abandonaram a sã doutrina. O resultado inevitável foi o esvaziamento dessas Igrejas por um lado, ou o seu crescimento numérico por outro, mas um crescimento sem compromisso com a verdade e com a santidade.
Em segundo lugar, a morte de uma Igreja acontece quando ela se mistura com o mundo. A Igreja de Pérgamo estava dividida entre sua fidelidade a Cristo e seu apego ao mundo. A Igreja de Tiatira estava tolerando a imoralidade sexual entre seus membros. Na Igreja de Sardes não havia heresia nem perseguição, mas a maioria dos crentes estava com suas vestiduras contaminadas pelo pecado. Uma Igreja que flerta com o mundo para amá-lo e conformar-se com ele não permanece. Seu candeeiro é apagado e removido.
Em terceiro lugar, a morte de uma Igreja acontece quando ela não discerne sua decadência espiritual. A Igreja de Sardes olhava-se no espelho e dava nota máxima para si mesma, dizendo ser uma Igreja viva, enquanto aos olhos de Cristo já estava morta. A Igreja de Laodicéia considerava-se rica e abastada, quando na verdade era pobre e miserável. O pior doente é aquele que não tem consciência de sua enfermidade. Uma Igreja nunca está tão à beira da morte como quando se vangloria diante de Deus pelas suas pretensas virtudes.
Em quarto lugar, a morte de uma Igreja acontece quando ela não associa a doutrina com a vida. A Igreja de Éfeso foi elogiada por Jesus pelo seu zelo doutrinário, mas foi repreendida por ter abandonado seu primeiro amor. Tinha doutrina, mas não vida; ortodoxia, mas não ortodopraxia; teologia boa, mas não vida piedosa. Jesus ordenou à Igreja a lembrar-se de onde tinha caído, a arrepender-se e a voltar à prática das primeiras obras. Se a doutrina é a base da vida, a vida precisa ser a expressão da doutrina. As duas coisas não podem viver separadas. Uma Igreja viva tem doutrina e vida, ortodoxia e piedade.
Em quinto lugar, a morte de uma Igreja acontece quando lhe falta perseverança no caminho da santidade. As Igrejas de Esmirna e Filadélfia foram elogiadas pelo Senhor e não receberam censura. Mas, num dado momento, nas dobras do futuro, essas Igrejas também se afastaram da verdade e perderam sua relevância. Não basta começar bem, é preciso terminar bem. Falhamos, muitas vezes, em passar o bastão da verdade para a próxima geração. Um recente estudo revela que a terceira geração de uma Igreja já não tem mais o mesmo fervor da primeira geração. É preciso não apenas começar a carreira, mas terminar a carreira e guardar a fé! É tempo de pensarmos: como será nossa Igreja nas próximas gerações? Que tipo de Igreja deixaremos para nossos filhos e netos? Uma Igreja viva ou igreja morta?
Por: Rev. Hernandes Dias Lopes

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