Oi Júlia realmente o assunto Santa Ceia gera um certo debate no meio teológico, pois as palavras de Cristo "isto é o meu corpo" e "isto é o meu sangue" são interpretadas pelo menos de 04 maneiras diferentes:
1- POSIÇÃO CATÓLICA ROMANA - a interpretação de acordo com o pensamento da igreja Católica Romana é que mediante a consagração dos elementos pelo sacerdote, a substância do pão (hóstia), e do vinho, se transformam respectivamente no corpo e no sangue de Jesus. Daí esta interpretação leva o nome de TRANSUBSTANCIAÇÃO. Rejeitamos esta interpretação literalista do texto, pois, entendemos que não haja "mágica" no momento da Ceia. É tão incoerente, e ao mesmo tempo tão afirmada pelo católicos esta posição que àqueles que estão em preparação para a 1ª comunhão lhes é ensinado que não se deve mastigar a hóstia, pois pode-se dilacerar o corpo de Cristo. Na idade média esta posição gerou controvérsias gritantes, pois, relata-se de ratos terem comido a eucaristia e não se saber o que fazer, uma vez que haviam literalmente participado do corpo de Cristo...
2- POSIÇÃO LUTERANA - Os luteranos discordam dos católicos. Eles entendem que pão continua sendo pão e o vinho continua sendo vinho, no entanto, junto com as substâncias do pão e do vinho, no ato da celebração, estão também as substâncias da carne e do sangue de Cristo. Esta interpretação é chamada de CONSUBSTANCIAÇÃO.
3- POSIÇÃO BATISTA E PENTECOSTAL - Estas igrejas seguiram o pensamento de um grande reformador chamado Úlrico Zwinglio. Este pensamento diz que a Ceia é apenas um ato de reafirmação de fé do participante. Estes irmãos rejeitam o termo "Santa" Ceia. Preferem apenas usar o termo "Ceia do Senhor". Sendo assim, com base em 1ª Coríntos 11:24 "Fazei isto EM MEMÓRIA de mim"; este irmãos defendem que a ceia é tão somente um memorial daquilo que Cristo fez pelos pecadores. Daí a interpretação desses irmãos é conhecida como MEMORIAL.
4- POSIÇÃO PRESBITERIANA, CALVINISTA - Nós presbiterianos rejeitamos o pensamento Católico romano e também o pensamento luterano pelo simples fato que é claro que o pão e o vinho nem se transformam nem mesmo se somam ao corpo e ao sangue de Cristo. O momento da Santa Ceia não é um momento de mágica; é sim, um momento de fé. Entendemos que é sim um memorial, mas, também muito mais que um memorial. Trancrevo a seguir texto do livro "O que todo presbiteriano inteligente deve saber" (Adão Carlos do Nascimento e Alderi de Souza Matos - Editora Socep): "Se a Ceia é apenas um memorial, como sustentar que "aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor, indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor?" E como entender que, em Corinto havia muitas pessoas fracas e doentes... pelo fato de haverem participado da Santa Ceia de maneira indevida... A santa Ceia é um meio de graça, isto é, um meio que Deus usa para nos nutri e fortalecer espiritualmente".
Assim sendo, a interpretação Calvinista/presbiteriana defendida por nós é que Jesus está espiritualmente presente no pão e no vinho. Esta presença espiritual é tão real como o pão e vinho. Por isso, ao participar do pão e do vinho, o crente participa espiritualmente e verdadeiramente de Cristo. Assim sendo, como pão e o vinho alimentam o corpo, a presença espiritual de Jesus na Ceia alimenta espiritualmente o participante. A doutrina presbiteriana é chamada de PRESENÇA ESPIRITUAL DE CRISTO NOS ELEMENTOS.
Assim sendo, Júlia, é de grande importância o momento da Ceia, é mais que um memorial. Deve haver preparo, reverência, discernimento e assídua participação neste ato tão sublime de fé cristã.
Essas são perguntas eviadas a meu email pessoal: pr.valdemir@yahoo.com.br; escolho algumas para respnder e vou colocando aqui as respostas de acordo com as minhas possibilidades. Procure no blog que já respondi várias.
A posição luterana é "Presença Real" dada unicamente com a "União sacramental" e de forma alguma Consubstanciação; é só conferir o Livro de Concórdia, a Dogmática de Mueller e a Grande Confissão de Lutero. Abraços!
ResponderExcluir