segunda-feira, 19 de setembro de 2011

PODE O CRENTE FAZER TATUAGENS?

OLÁ PASTOR,GRAÇA E PAZ! DOIS AMIGOS ME PERGUNTARAM SE PODEM FAZER TATUAGENS CASO UM DIA ELES SE CONVERTAM? ELES QUEREM SABER SE A BÍBLIA CONDENA ESSA PRÁTICA OU SE É ALGO MERAMENTE CULTURAL. DISSE A ELES QUE IRIA MELHOR ME INFORMAR... POR ISSO AQUI ESTOU...rsrsrs.
Se puder enviar junto com a explicação,versiculos que eu possa ler com eles tb agradeço.
Abraços Fraternos,
Oliveira

RESPOSTA:
Por favor, leia minha resposta até o fim. As questões ligadas às “Tatuagens” são aspectos pertinentes à CULTURA e aos COSTUMES de cada povo, e, como tais, são VARIÁVEIS. Ora são tidos como belos, ora são tidos como ”fora de moda”. Por exemplo, pasme-se, mas, na década de 60 e 70 era comum ao homem usar TAMANCO no Brasil; hoje em dia isso é “inaceitável”; os costumes mudam.
Alguns, contrários à tatuagens, utilizam, erradamente, Levíticos 19:28: “Pelos mortos não ferireis a vossa carne; nem fareis marca nenhuma sobre vós. Eu sou o SENHOR.” Este texto não trata especificamente de tatuagens e sim de um costume pagão em que as pessoas pelo desespero retalhavam-se, mutilando-se no momento do velório de algum ente querido (Jr 16:6, 41:5; Lv 21:5 e Dt 14:1). Os comentários das Bíblias de Estudo de Genebra e Plenitude reforçam minha interpretação. Mas, era comum, além do velório um escravo possuir a marca de seu proprietário impresso sobre ele; as prostitutas também eram assim marcadas; palavras sagradas eram tatuadas na pele dos adoradores pagãos. Tais atos eram estritamente proibidos em Israel. Queimava-se a pele com ferro em brasa. Outras vezes, figuras, marcas ou letras eram tatuadas sobre a pele mediante a injeção de tintas. Desfigurar a pele, que provavelmente incluísse alguns emblemas das divindades pagãs, DESONRAVA A IMAGEM DIVINA DE DEUS. A perda de um ente querido devia ser aceita como parte da vontade de Deus para a vida do indivíduo.
No entanto, isso não significa que haja um estímulo na bíblia para se praticar a tatuagem. Devemos pensar esta questão com um pouco mais de cuidado. Veja bem, nem tudo em nossa vida é questão de ser ou não pecado. Algumas coisas em nossa vida podem não ser pecado, mas abrem portas e precedentes para: A) O juízo precipitado; B) O escândalo; C) Para o próprio pecado; D) Nos tornarmos “pedras de tropeço”; E) Empecilho do bom testemunho do evangelho e para a glória de Cristo. A bíblia diz para nos desembaraçarmos de todo PESO e do pecado que tenazmente nos assedia (Hb. 12:1). E em 1ª Coríntios 10:23: Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam.
Por isso, a quem deseja fazer uma tatuagem dou algumas orientações:

1- Orientação quanto ao tipo de tatuagem, os riscos e conseqüências. Já percebeu que a maioria das pessoas que intentam realizar uma tatuagem está na faixa dos 14 aos 30 anos, quando se toma decisões na emoção? Muitos fazem tatuagem com signos,expressões e palavras sem qualquer “filtro”. Mas também precisa haver uma orientação quanto aos riscos que existem em fazer estas coisas sem uma orientação profissional e cuidados de higiene e saúde. A pessoa está consciente dos riscos de inflamação, doenças contagiosas e “efeitos colaterais”? Está consciente de que algumas alterações são irreversíveis e, mesmo diante da possibilidade de reversão, podem deixar marcas para o resto da vida?

2- Orientação quanto às questões de identidade, valor pessoal e auto-imagem. Pois são estas as questões mais importantes para quem está considerando qualquer forma de alteração do corpo, seja uma plástica no nariz, implantar silicone, colocar um piercing ou fazer uma tatuagem. Uma vez realizada “Terceiros” poderão nos identificarão com “determinados grupos”; portas de emprego poderão ser fechadas e portas para ao escândalo poderão ser abertas. Jesus disse que “é impossível que não venham escândalos, mas ai do homem pelo qual eles vêm! Melhor fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e fosse atirado no mar...” (Lucas 17:1,2). E ainda nos diz Romanos 14:13: “...Seja o vosso propósito não pôr tropeço ou escândalo ao vosso irmão”. E em II Coríntios 6: 3: “… não dando nós nenhum motivo de escândalo em coisa alguma, para que o nosso ministério não seja censurado”. Posso até dizer: “as pessoas estão me julgando sem conhecer...” É verdade! Mas quem abriu as portas, dando precedente para o juízo (ainda que precipitado) e para o escândalo, fui eu.

3- Orientação quanto ao “porquê” de se realizar a tatuagem. A bíblia diz: “Portanto, quer comais, quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (I Coríntios 10:31). Geralmente a tatuagem, o piercing e coisas deste gênero estão mais ligadas à questão da vaidade pessoal. Vaidade é tudo aquilo que toma o espaço de Deus em nossa vida, “o vazio completado pelo vazio”. Ainda mais: Tatuagens são postas, geralmente, como um tipo de comportamento de rebeldia. Não é esta a postura de alguém que tema a Deus. A Bíblia nos instrui ao recato à simplicidade no vestir, no trajar-se (I Timóteo 2:9). Um aspecto do vestir recatadamente é nos certificar de que cada parte que precisa ser coberta com roupas está adequadamente vestida. Entretanto, o significado essencial do recato é não chamar atenção para si mesmo. As pessoas que se vestem com recato o fazem de maneira tal que jamais chamam atenção para si mesmas. Tatuagens e piercings, com certeza, são chamativos. Neste sentido, as tatuagens e piercings não são recatados. Um princípio importante das escrituras a respeito de casos sobre os quais a Bíblia não lida especificamente é que, se há dúvidas se isto agrada ou não a Deus, então é melhor não fazê-lo. “Mas aquele que tem dúvidas, se come está condenado, porque não come por fé; e tudo o que não é de fé é pecado” (Romanos 14:23). Precisamos ter em mente que nossos corpos foram redimidos e pertencem a Deus. Apesar de não se aplicar diretamente a tatuagens e piercings, I Coríntios 6:19-20 nos dá um princípio: “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo.” Esta grande verdade deve sempre pesar no que fazemos e até onde podemos ir em relação a nossos corpos. Se nossos corpos pertencem a Deus, deveremos sempre nos certificar de que temos Sua clara “permissão” antes de neles deixarmos “marcas” com tatuagens e piercings.

Concluindo, dou minha OPINIÃO PESSOAL. A bíblia não condena, mas também não nos estimula a fazermos. EU ORIENTARIA UMA PESSOA, ESPECIALMENTE ADOLESCENTE OU JOVEM, A NÃO FAZER UMA TATUAGEM. Eu não disciplinaria nem impediria que esta tivesse cargos na igreja por possuir tatuagens antes de se converter ou por fazer uma tatuagem depois de convertida (desde que a mesma não fosse ofensiva à fé cristã), a não ser que isso fosse colocado pela liderança da igreja quando da recepção deste membro (uma vez que me torno membro de uma igreja devo submeter-se às normas desta instituição).
No entanto, creio sinceramente que a tatuagem não impede uma pessoa de ir para o céu, ou seja, ainda, empecilho para uma pessoa de ter um relacionamento intimo com o Senhor. Porém, deve-se observar estes pontos acima citados antes de se fazer uma tatuagem. Devemos antes de tudo preservar a santidade, no que se diz respeito ao corpo e o fato de que podemos estar servindo de motivo de escândalo, juízos premeditados, conseqüências irreversíveis e zombaria de outrem.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

SÍNDROME DE RAQUEL

"Assim diz o SENHOR: Uma voz se ouviu-se em Ramá, lamentação, choro amargo; Raquel chora por seus filhos, sem admitir consolação por eles, porque já não existem (Jr. 31:15 - ARC)."
Síndrome é um conjunto de sintomas que caracterizam uma doença, física ou psicológica. Usa-se, figuradamente, como sinônimo de características de uma situação ou momento. Dito isto, vamos ao texto. Raquel é Jerusalém. Jeremias vê a cidade como uma mulher chorando a morte dos filhos. Jerusalém chorando a morte de seus filhos e dos que iriam para o cativeiro. A cidade-mulher não queria consolo. Os filhos não existiam mais.
É neste sentido que uso a palavra síndrome. Há pessoas que não querem consolo. Parecem sofrer de vitimismo. Já lidei com tantas ovelhas assim! Por mais que se mostre na Bíblia que Deus está no controle, por mais terno e amigo que se seja, por mais que se ore, a pessoa faz questão de cultivar sua dor. Quer ser vista como uma coitadinha, como uma sofredora. Quer piedade e não conforto. O sofrimento é uma necessidade para essas pessoas porque então todos ficam com peninha, não a censuram, não a criticam. A dor é uma proteção para elas.
Síndrome de Raquel é aquela atitude do crente que gosta de chorar miséria e alardear a necessidade de compaixão. É a atitude do crente que espera que todos se compadeçam dele. Crentes assim, além de evidentemente doentes, são um problema para o pastor. Alugam-no. São vampiros emocionais. Sugam toda a energia do pastor, sempre esperando atenção especial, mais que qualquer outro. Tive uma ovelha que era um vampiro emocional. Todos os dias eu devia lhe dedicar uma hora do meu tempo. Eu era o melhor pastor do mundo. Mas um dia precisei atender um irmão que perdera a esposa e logo depois perdera a mãe. Não pude dispensar atenção ao vampiro. Foi um "deus-nos-acuda". Passei a ser o pior pastor do mundo. Aliás, muitos membros de igreja são assim. Quando o pastor se recusa a ser manipulado ou usado por elas, torna-se uma pessoa horrorosa.
Todos sofremos. Raquel, a cidade-mulher, sofria. Mas Deus fizera uma promessa: “Assim diz o Senhor: Reprime a tua voz do choro, e das lágrimas os teus olhos; porque há galardão para o teu trabalho, diz o Senhor, e eles voltarão da terra do inimigo” (Jr 31.16). Deus diz para Raquel parar de chorar. Ele aceita o choro, mas não aceita a recusa do conforto.
Não ame a sua dor. Não seja um vampiro emocional do seu pastor ou da sua igreja. Por maior que seja seu sofrimento, Deus está atento, e diz para aceitar o consolo. Quer consertar sua vida. Não o impeça. É sua ordem que os pastores consolem o povo: “Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus. Falai benignamente a Jerusalém, e bradai-lhe que já a sua malícia é acabada, que a sua iniqüidade está expiada e que já recebeu em dobro da mão do Senhor, por todos os seus pecados” (Is 40.1-2). Aceite o conforto, enxugue as lágrimas e, em vez da tática do vitimismo, adote a tática do “Recebi em dobro e está na hora de refazer a vida”.
Síndrome de Raquel, não! Levantar a cabeça e recompor a vida, sim! Os eternamente queixosos afugentam as pessoas ao seu redor. E, o que é pior, afugentam a própria vida. Vamos viver!
Pr Isaltino Gomes

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

AS TORRES GÊMEAS E A FERRARI

Vigiai... a carne é fraca (Mt. 26:41)
O bater do leite produz manteiga (Pv. 30:33)

Nossa vida é recheada de momentos especiais, que, positivamente ou não, deixam um impacto, uma cicatriz, uma marca em nós. Isso pode ser individualmente ou coletivamente. Determinados dias no ano ou determinados anos em anos são importantes. Sejam eles pela vitória em uma área, a morte de algum ente querido, um título conquistado; o início de determinada paixão...
11 de setembro é uma das marcas de nossa geração. Há exatos 10 anos (11/09/2001), eu caminhava pelas ruas de Belo Horizonte (MG), buscando “provar” um terno para a formatura do seminário, quando percebi uma agitação geral entre os transeuntes. Ao parar diante de uma televisão vi as Torres Gêmeas do Word Trade Center em chamas e logo após as vi ruírem de alto a baixo. Naquele momento imaginei estar iniciando a 3ª guerra mundial. Depois recebi a notícia que mais dois aviões haviam participado da tragédia, um que foi abatido em pleno ar e outro que caiu no Pentágono. Pelo menos 2 alvos eram claros para os terroristas, liderados por Osama Bin Laden: o símbolo do poder bélico (Pentágono) e o símbolo do poder econômico e financeiro (Torres gêmeas de um dos maiores edifícios do mundo: o Word Trade Center). A marca ficou em nossa geração.
Mas eu gostaria de extrair algo mais. O que está “por trás” de tais acontecimentos de extrema crueldade, e maldade incalculável, que deixa estupefatos os mais experientes? Foram quase 3.000 mortos (3 brasileiros) dentre empresários, trabalhadores comuns, turistas, bombeiros, policiais, gente comum... Alguns diriam que o fator motivante dos terroristas foi o fanatismo religioso (a promessa de dezenas de virgens no paraíso...). Mas a verdade teológica mais profunda, por trás do próprio fanatismo, é a verdade da Depravação Total do Gênero Humano; o primeiro ponto dos chamados 5 pontos do Calvinismo.
A FERRARI
Muita gente não entende o que significa Depravação Total. Depravação Total não significa “Depravação Absoluta”. Ou seja, não significa que o homem será totalmente mal o tempo todo. Significa antes que todas as faculdades, todos os âmbitos do ser humano (seja ele físico, espiritual, moral, ou o que você imaginar...); todas as áreas da natureza humana foram atingidas pelo vírus infecto-contagioso do pecado. O que isso quer dizer em termos práticos? Significa dizer que, independente de classe, cor, religião..., em todos nós há um potencial destrutivo enorme, assombroso, incalculável... para o mal. E mais, em determinados momentos isso se extravasa, lançando sujidades (Jd. 13) prá todo lado. É como se fôssemos uma linda Ferrari usada como um “poleiro” de galinha. Ela “roda” geralmente a 120 Km/h, mas possui uma capacidade (potencial) que pode dar 350Km/h. É só questão de “apertar o acelerador” (Entende agora Pv 30:33?).
Creio que, agora, podemos entender melhor o que Jesus queria ensinar ao dizer que a “carne é fraca”, e que precisamos “vigiá-la”. Ele estava dizendo que, na verdade, ela é “muito forte”. Ela tem fome, e muita fome; ela quer se alimentar...
Cuidado com o “pé no acelerador”, porque pode provocar um estrago enorme. 11/09 foi um daqueles momentos em que “o pé” foi posto um pouco mais forte no “acelerador”.
Rev. Valdemir Oliveira dos Santos

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